O 3I/ATLAS, cometa originário de outro sistema solar, vem despertando grande interesse científico ao revelar uma cauda iônica maior e mais definida do que nunca. Essa característica indica atividade crescente, provavelmente provocada pelo aumento da sublimação de gases voláteis enquanto o corpo cósmico se aproxima do Sol.
Observações recentes do Projeto Telescópio Virtual, vinculado ao Observatório Bellatrix, registraram imagens detalhadas do núcleo do cometa e da cauda azulada, mesmo sob condições desafiadoras, como a interferência da luz lunar e baixa altitude no horizonte. Destaques da observação:
- Cauda iônica longa e bem definida, apontando diretamente para longe do Sol;
- Anticauda de poeira, seguindo a órbita do cometa;
- Extensão aproximada de 0,7 grau no céu, visível com telescópios terrestres;
- Indícios de sublimação intensa de CO₂ e outros gases voláteis;
- Detecção de sinais de rádio naturais, confirmando fenômeno astronômico.
Como se forma a cauda iônica?
A cauda iônica surge quando a radiação ultravioleta solar ioniza moléculas de gás liberadas pelo cometa. Esses íons são então arrastados pelo vento solar, criando o brilho azul característico. Essa cauda se distingue da cauda de poeira, amarelada e curvada, formada por partículas expelidas que seguem a trajetória orbital.

O 3I/ATLAS permite comparar de forma inédita essas duas estruturas, mostrando como gases e partículas interagem com o ambiente solar e oferecendo pistas sobre a composição de cometas interestelares.
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Relevância científica do 3I/ATLAS
Como terceiro objeto interestelar confirmado, após 1I/’Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019), o 3I/ATLAS se destaca por ser brilhante o suficiente para estudo detalhado. Seu comportamento fornece dados sobre:
- Quantidade de gelo de CO₂ presente;
- Composição química de cometas fora do Sistema Solar;
- Evolução de corpos interestelares sob influência do Sol;
- Interações entre núcleo, coma e cauda iônica.
Monitoramento contínuo e descobertas recentes
O Projeto Telescópio Virtual continuará acompanhando o 3I/ATLAS, registrando mudanças na cauda iônica, no núcleo e na anticauda de poeira. O crescimento observado indica aumento de atividade, enquanto sinais de rádio naturais confirmam fenômenos físicos, descartando qualquer origem artificial.
Cada nova observação contribui para entender como cometas interestelares reagem à radiação solar, oferecendo uma visão rara sobre processos de evolução de corpos gelados de outros sistemas estelares. Desse modo, o 3I/ATLAS não apenas impressiona por sua cauda azul vibrante, mas também abre uma janela para estudos inéditos sobre cometas fora do Sistema Solar, reforçando o papel da astronomia cidadã e de telescópios robóticos no acompanhamento de fenômenos cósmicos raros.

