A doença renal crônica (DRC) é hoje uma das principais causas de morte no planeta, responsável por cerca de 1,5 milhão de óbitos por ano. Embora silenciosa, ela tem avançado de forma preocupante: entre 1990 e 2023, o número de pessoas com função renal reduzida dobrou, passando de 378 milhões para 788 milhões de casos, segundo um levantamento internacional.
Esse aumento coloca a DRC entre as dez doenças mais letais do mundo, superando inclusive alguns tipos de câncer em taxa de crescimento. O problema é que a maioria das pessoas descobre o quadro apenas quando os rins já perderam parte significativa da função.
Por que a doença é chamada de “silenciosa”
Os rins atuam como filtros naturais do corpo, eliminando toxinas e equilibrando a quantidade de água e sais minerais no sangue. Quando eles começam a falhar, o organismo tenta compensar, e por isso os sintomas demoram a aparecer.
Em estágios iniciais, o indivíduo pode viver anos com a doença sem perceber alterações significativas. Mas à medida que a função renal diminui, surgem sinais que indicam que algo está errado.
Três sinais que merecem atenção imediata

Embora discretos, alguns sintomas podem indicar que os rins estão em sobrecarga:
- Inchaço persistente nas pernas, tornozelos, pés ou rosto, causado pela retenção de líquidos;
- Pressão alta de difícil controle, mesmo com uso de medicamentos;
- Perda de peso e cansaço constante, reflexo do acúmulo de toxinas no sangue
Esses sinais nem sempre aparecem juntos, e sua intensidade pode variar, o que reforça a importância de exames regulares para avaliar a função renal.
Fatores que aumentam o risco da doença renal crônica
De acordo com estudos recentes, três condições estão fortemente ligadas ao surgimento da DRC:
- Hipertensão arterial — prejudica os vasos sanguíneos dos rins;
- Diabetes (hiperglicemia) — o excesso de glicose danifica gradualmente o tecido renal;
- Obesidade — aumenta a inflamação e a sobrecarga dos rins.
Esses fatores, quando combinados, elevam de forma expressiva o risco de perda permanente da função renal.
Como se previnir
Apesar de grave, a doença renal crônica pode ser evitada ou controlada. Adotar hábitos saudáveis faz toda a diferença, especialmente para quem pertence a grupos de risco.
Entre as principais recomendações estão:
- Manter alimentação equilibrada, rica em frutas e vegetais frescos;
- Beber água regularmente, evitando desidratação;
- Praticar atividade física com frequência;
- Reduzir o uso abusivo de medicamentos sem orientação médica;
- Monitorar a pressão arterial e a glicose periodicamente.
Quando identificada precocemente, a DRC pode ser estabilizada, evitando a necessidade de diálise ou transplante.
Os dados reforçam a urgência de educar a população sobre a saúde renal. O crescimento acelerado da doença mostra que ela está relacionada não apenas ao envelhecimento, mas também a estilos de vida cada vez mais sedentários e dietas ultraprocessadas.
Cuidar dos rins é, portanto, cuidar de todo o corpo. Pequenas mudanças no dia a dia podem ser o primeiro passo para impedir que essa doença silenciosa continue a avançar.

