Enquanto a maioria dos cometas que se aproximam demais do Sol acaba fragmentada, o 3I/ATLAS, um visitante interestelar, surpreendeu ao sobreviver ao periélio e ressurgir para novos registros astronômicos. Após cruzar o ponto mais próximo da estrela em 29 de outubro, ele retornou ao campo de observação confirmando sua rota original e reforçando o fascínio sobre objetos que chegam de fora do nosso Sistema Solar.
A reaparência foi registrada por missões solares dedicadas a monitorar o vento estelar e a coroa solar, que capturaram o momento em que o cometa voltou a emergir da região ofuscada pelo brilho solar.
Pontos-chave do fenômeno
- Origem interestelar confirmada pela trajetória hiperbólica;
- Sobrevivência ao periélio, mantendo trajetória estável;
- Atividade incomum: anticauda e possível jato de gás observados;
- Próximo da órbita de Marte, afastando-se do Sol.
Um viajante que desafia o Sol
Cometas, ao se aproximarem do Sol, enfrentam radiação intensa, sublimando gelo e liberando poeira que pode levar à fragmentação. O fato de o 3I/ATLAS manter integridade estrutural o coloca em um grupo raro de objetos que suportam condições extremas, algo que pesquisas como as publicadas na Astronomy & Astrophysics têm explorado para analisar ligações químicas e composição interna de corpos gelados.

Além disso, a presença de uma anticauda, uma estrutura de poeira que aponta na direção oposta à convencional, indica comportamento dinâmico incomum, reforçando seu valor para estudos sobre a evolução de pequenos corpos interestelares.
Observações futuras prometem respostas
Nas próximas semanas, o cometa será alvo de análises remotas com instrumentos de alta sensibilidade. Missões científicas pretendem monitorar a extensão e intensidade de sua atividade, especialmente enquanto o objeto cruza regiões externas do Sistema Solar em direção ao espaço interestelar.
A maior aproximação com a Terra ocorrerá em 19 de dezembro, a cerca de 269 milhões de quilômetros, distância segura mas suficiente para possibilitar observações amadoras com equipamentos adequados. Para quem acompanha o céu, o fenômeno poderá ser visto nas primeiras horas da manhã, próximo a Vênus, a partir do início de outubro.
Significado científico de um raro visitante
Cada cometa interestelar representa uma cápsula do tempo vinda de outra estrela, possivelmente carregando pistas sobre formação planetária em sistemas distantes. Como destacado em estudos recentes da Nature Astronomy, analisar a química e a dinâmica desses viajantes pode revelar ingredientes essenciais na construção de mundos, incluindo minerais, água e moléculas orgânicas.
Com o 3I/ATLAS seguindo seu caminho rumo ao espaço profundo, astrônomos têm uma janela limitada para capturar dados e avançar no entendimento dessas relíquias cósmicas.

