Descoberta da UFMG abre caminho para combater hipertensão e infarto

Alamandina-(1-5) protege o coração e vasos sanguíneos. (Foto: Getty Images via Canva)
Alamandina-(1-5) protege o coração e vasos sanguíneos. (Foto: Getty Images via Canva)

A pesquisa cardiovascular brasileira deu um passo significativo em direção a tratamentos mais eficazes para o coração. Cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificaram uma molécula natural chamada Alamandina-(1-5), que atua diretamente na proteção dos vasos sanguíneos e no funcionamento do coração. Este achado representa um avanço promissor na prevenção e no tratamento de condições como hipertensão e insuficiência cardíaca, problemas que afetam milhões de pessoas globalmente.

A descoberta foi publicada na Circulation Research, revista oficial da American Heart Association, consolidando a relevância internacional do estudo. A Alamandina-(1-5) é uma proteína de pequeno porte produzida naturalmente pelo corpo, mas agora os pesquisadores entenderam melhor como ela pode ser utilizada para desenvolver terapias inovadoras que reforcem a saúde cardiovascular.

Impacto da Alamandina-(1-5) no controle da pressão arterial

Proteína recém-descoberta age contra hipertensão e infarto. (Foto: Charliepix via Canva)
Proteína recém-descoberta age contra hipertensão e infarto. (Foto: Charliepix via Canva)

Ao longo de quatro décadas, o Laboratório de Hipertensão da UFMG tornou-se referência mundial, identificando moléculas que regulam a pressão arterial, como a Angiotensina-(1-7) e, agora, a Alamandina-(1-5). Pesquisas indicam que esta proteína:

  • Protege os vasos sanguíneos de danos causados pela hipertensão
  • Contribui para a redução da pressão arterial de forma natural
  • Apoia o funcionamento cardíaco saudável, diminuindo o risco de infarto

A utilização desta molécula em tratamentos clínicos pode significar uma nova geração de medicamentos, menos agressivos e mais específicos, voltados à prevenção de doenças cardiovasculares graves.

Um laboratório que marcou a história da ciência cardiovascular

Fundado em 1985, o Laboratório de Hipertensão da UFMG começou com poucos pesquisadores, mas rapidamente se tornou um centro de referência internacional. A equipe acumula décadas de experiência, formando cientistas que hoje atuam em institutos e universidades de diversos países, incluindo Alemanha, Estados Unidos, Suíça e Canadá. Cada descoberta reforça a importância do conhecimento nacional no cenário global de pesquisas cardiovasculares.

Próximos passos para a aplicação clínica

O estudo atual abre portas para novas investigações sobre como a Alamandina-(1-5) pode ser aplicada em tratamentos médicos. Pesquisadores pretendem:

  • Avaliar o efeito da proteína em modelos clínicos de hipertensão e insuficiência cardíaca
  • Explorar seu potencial em terapias preventivas para pessoas em risco de doenças cardiovasculares
  • Desenvolver medicamentos baseados na molécula para melhorar a qualidade de vida e reduzir complicações cardíacas

Se os resultados continuarem promissores, a Alamandina-(1-5) pode se tornar uma ferramenta essencial no combate às principais causas de morte no mundo, oferecendo proteção natural e inovadora para o coração.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.