O cuidado com os rins é essencial para quem convive com diabetes. Pesquisadores identificaram um marcador sanguíneo inovador chamado RAR, que avalia a relação entre a amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos e a albumina sérica.
Este indicador simples e barato permite identificar o risco de doença renal diabética (DRD) muito antes de surgirem sintomas graves, abrindo caminho para uma prevenção mais eficiente e tratamento precoce.
O que é RAR e como funciona?
O RAR surge como uma ferramenta prática e de baixo custo, pois utiliza dados de exames de sangue que muitos pacientes já realizam regularmente:
- Amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos (RDW): mostra variações no tamanho das células vermelhas, sugerindo inflamação ou deficiências nutricionais
- Albumina sérica: proteína produzida pelo fígado que indica estado nutricional e ajuda a manter equilíbrio de fluidos
Quando o RDW está elevado e a albumina baixa, o RAR aumenta, sinalizando risco maior de DRD. Pesquisas recentes do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) indicam que adultos com diabetes e RAR elevado apresentam maior probabilidade de desenvolver complicações renais.
Detecção precoce é crucial

A doença renal diabética é uma das complicações mais comuns do diabetes, causada pelo excesso de glicose que danifica os pequenos vasos sanguíneos dos rins. Sem diagnóstico precoce, pode evoluir para doença renal crônica ou insuficiência renal terminal, exigindo diálise ou transplante.
Detectar problemas de forma antecipada permite:
- Intervenções nutricionais para proteger os rins
- Ajuste no controle da glicemia
- Uso de medicamentos renoprotetores
- Monitoramento contínuo para prevenir progressão
O RAR, por ser baseado em exames simples, facilita essa triagem, inclusive em clínicas com recursos limitados.
Inflamação e nutrição
Os rins são extremamente sensíveis à inflamação e ao estado nutricional. Altos níveis de açúcar no sangue e processos inflamatórios podem danificar os glomérulos, formando cicatrizes e prejudicando a filtragem do sangue.
O RAR integra informações sobre inflamação e nutrição, oferecendo uma visão mais precisa do risco de DRD do que testes isolados. Pesquisadores ainda estudam como combiná-lo com:
- Taxa de filtração glomerular estimada (TFGe)
- Albumina urinária
- Outros biomarcadores renais
Essa combinação pode tornar a previsão do risco de doença renal mais confiável.
O futuro do monitoramento renal em diabéticos
O potencial do RAR se resume a três pontos: é simples, econômico e já disponível nos exames de rotina. Estudos futuros devem avaliar se ajustes de tratamento baseados no RAR, como mudanças na dieta ou terapias anti-inflamatórias, podem retardar ou prevenir lesões renais.
Se confirmado, o RAR poderá se tornar uma ferramenta essencial para:
- Triagem precoce de pacientes com diabetes
- Personalização de tratamentos
- Prevenção de complicações renais graves
Com essa inovação, pacientes e médicos terão um aliado poderoso para proteger a saúde renal antes que os danos se tornem irreversíveis.

