Uma descoberta inédita pode transformar a medicina e mudar a vida de milhares de pessoas com lesão medular. Após 25 anos de pesquisa, uma equipe liderada pela professora doutora Tatiana Coelho de Sampaio, da UFRJ, apresentou em São Paulo um medicamento derivado da placenta humana que mostrou resultados surpreendentes na recuperação de movimentos antes considerados irrecuperáveis.
A substância, chamada polilaminina, atua no sistema nervoso e pode reverter danos graves na medula espinhal. A base do fármaco está na proteína laminina, conhecida por sua ação regenerativa. Veja detalhes do estudo:
- Medicamento inédito é resultado de 25 anos de pesquisa da UFRJ;
- Substância, chamada polilaminina, é extraída da placenta humana;
- Estudos mostram recuperação total em pacientes e animais;
- Sem efeitos colaterais relatados até o momento nos testes;
- Tratamento aguarda aprovação da Anvisa para estudos clínicos ampliados.
Como funciona a polilaminina?

A polilaminina desempenha um papel essencial no processo de regeneração do sistema nervoso após uma lesão medular. Sua ação vai além do que a ciência acreditava ser possível: a substância consegue estimular neurônios já maduros, que normalmente não teriam mais capacidade de crescimento, a retomarem sua atividade.
Com isso, esses neurônios passam a formar novos axônios, estruturas finas e delicadas que funcionam como fios de transmissão, conduzindo os impulsos elétricos entre cérebro e corpo. Esse mecanismo favorece a restauração de conexões interrompidas, permitindo que pacientes recuperem movimentos e funções comprometidas.
Além disso, os estudos apontam que a polilaminina apresenta resultados tanto em lesões recentes quanto em quadros crônicos, embora a resposta seja mais expressiva quando a aplicação ocorre logo após o trauma.
Nos experimentos, a aplicação foi feita diretamente na coluna de pacientes e animais. Em cães e ratos, a recuperação dos movimentos ocorreu de forma rápida e integral, despertando otimismo na comunidade científica.
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Estudo com voluntários apresentou resultados promissores
Entre os voluntários do estudo, dois testemunhos chamaram atenção. A atleta paralímpica Hawanna Cruz Ribeiro, tetraplégica após uma queda, relatou:
“Recuperei entre 60% e 70% do controle do meu tronco. Sinto que a sensibilidade na minha bexiga voltou, mas ainda não sou independente nessa questão. Não tenho nenhuma dúvida das minha melhora”.
Outro caso intrigante é o de Bruno Drummont de Freitas, vítima de acidente de trânsito, que recebeu o medicamento 24 horas após o trauma:
“Em cinco meses, mais ou menos, eu já estava completamente recuperado. Tenho uma rotina normal, faço esportes e não passo mais por nenhum tipo de tratamento”.
Desafios regulatórios e próximos passos
Apesar do entusiasmo, a polilaminina ainda depende da autorização da Anvisa para iniciar um estudo clínico ampliado. Segundo os pesquisadores, o medicamento não apresentou efeitos colaterais até agora, mas será necessária a confirmação em larga escala.
Hospitais de referência em São Paulo já estão prontos para aplicar o tratamento assim que houver liberação oficial. Inicialmente, o foco será em pacientes com lesões recentes, embora resultados também tenham sido observados em casos crônicos.
Polilaminina se mostrou eficaz na regeneração de neurônios da medula espinhal
Até hoje, a medicina não havia apresentado um método realmente eficaz para regenerar o tecido nervoso da medula espinhal. Por isso, especialistas destacam a iniciativa como promissora, ainda que defendam cautela até a consolidação das evidências. Se confirmada em todas as etapas, a polilaminina poderá representar um marco na história da ciência e da saúde pública.
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