Um acontecimento geológico que poucos previam chamou a atenção do mundo: o vulcão Hayli Gubbi, adormecido por cerca de 10 mil anos, voltou à atividade e lançou uma densa nuvem de cinzas sobre regiões remotas do norte da Etiópia. Embora a erupção já tenha perdido força, seus efeitos persistem tanto no solo quanto nas camadas mais altas da atmosfera.
O episódio ganhou relevância não apenas pela raridade do evento, mas também pela velocidade com que as cinzas se espalharam, afetando comunidades inteiras e interferindo em operações aéreas internacionais. Destaques do evento:
- Cinzas soterraram aldeias no distrito de Afdera;
- Moradores apresentaram irritações respiratórias e perda de acesso à água limpa;
- O gado ficou sem pasto devido ao acúmulo de partículas vulcânicas;
- Diversas rotas aéreas foram canceladas ou desviadas por segurança;
- A pluma viajou da Etiópia até Índia e China em poucas horas.
Aldeias cobertas por cinzas e desafios à saúde e ao abastecimento

As partículas expelidas pelo vulcão se depositaram rapidamente sobre casas, estradas e áreas de criação, deixando a população vulnerável. Além de sintomas respiratórios como tosse e irritação, houve comprometimento imediato do acesso à água e ao alimento do rebanho, recurso essencial para a subsistência local. Para conter os impactos, equipes de saúde foram enviadas às zonas mais atingidas, prestando atendimento móvel em locais de difícil acesso.
Esse tipo de contaminação também ameaça a segurança hídrica, já que a mistura entre cinzas e água pode alterar propriedades físico-químicas dos reservatórios usados diariamente pelos moradores e pelos animais.
Cinzas cruzam fronteiras e exigem mudanças nas rotas aéreas
Enquanto aldeias lidavam com as consequências no solo, a atmosfera recebia uma nuvem espessa capaz de interferir em aeronaves a milhares de quilômetros de distância. Ventos de altitude transportaram as cinzas pelo Mar Vermelho, Oriente Médio e sul da Ásia, atingindo rotas aéreas densamente utilizadas. Como medida de segurança, companhias suspenderam voos, revisaram trajetos e inspecionaram aviões que poderiam ter cruzado áreas de risco.
Essa decisão se justifica: partículas vulcânicas podem danificar motores, sensores e reduzir a visibilidade, tornando necessário aguardar a dissipação da nuvem para retomar operações com segurança.
O Hayli Gubbi se encontra em uma região de rift ativa, onde processos tectônicos moldam o terreno e tornam episódios como esse possíveis, mesmo após longos períodos de silêncio. Embora as últimas análises indiquem queda na intensidade da erupção, o evento reforça a importância de vigilância científica contínua sobre o sistema, que permanece em evolução.

