A pregabalina é amplamente utilizada no tratamento de dor neuropática, fibromialgia, ansiedade generalizada e, mais recentemente, dor lombar crônica. Embora seja eficaz para muitos pacientes, seus efeitos colaterais continuam sendo tema de debate entre profissionais da saúde. A ciência atual tenta preencher essa lacuna, e pesquisas recentes ajudam a esclarecer o que realmente se sabe sobre a segurança do medicamento.
Em 2025, um dos estudos mais completos publicados até agora, “Eficácia e segurança da pregabalina no tratamento da dor lombar: uma metanálise abrangente”, conduzido por Carlos Cordero-García e colaboradores, analisou ensaios clínicos envolvendo milhares de pacientes para avaliar tanto os benefícios quanto os riscos associados ao uso do medicamento.
Publicado na revista Frontiers in Pharmacology, o trabalho reforça que a pregabalina pode melhorar quadros específicos de dor, mas destaca a importância de uma avaliação rigorosa dos seus efeitos adversos.
Segurança da pregabalina
O estudo de Cordero-García chama atenção para uma questão crítica: embora a pregabalina apresente um perfil de segurança considerado aceitável, muitos ensaios clínicos incluídos na análise não relataram dados completos sobre efeitos colaterais. Isso sugere que a incidência real desses eventos pode ser maior do que a registrada em publicações anteriores.
Em outras palavras, o medicamento é seguro quando bem indicado, mas existe subnotificação importante, especialmente em estudos mais antigos.
Efeitos colaterais mais comuns observados na prática

Mesmo com limitações nos dados, tanto o estudo de 2025 quanto a literatura clínica atual reforçam a presença frequente dos seguintes efeitos adversos:
- Tontura e sedação
- Sonolência excessiva
- Dificuldade de concentração
- Alterações no equilíbrio
- Inchaço (edema periférico)
- Ganho de peso
- Visão borrada
- Boca seca
- Confusão mental leve
Efeitos menos comuns, mas possíveis, incluem alterações de humor e irritabilidade.
Por que os efeitos podem estar subestimados?
Segundo a metanálise, dois fatores explicam isso:
- Relatos incompletos em ensaios clínicos mais antigos.
- Diferenças metodológicas, como estudos que avaliaram dor não neuropática, o que distorce resultados e dificulta a análise real do risco.
Por isso, o estudo reforça que o acompanhamento clínico individualizado é essencial para evitar a subestimação dos efeitos adversos.
O que isso significa para quem usa pregabalina?
A pregabalina continua sendo uma ferramenta valiosa no manejo da dor crônica, especialmente quando a origem é neuropática. Porém, considerando que os efeitos colaterais podem estar mais presentes do que muitos pacientes imaginam, o ideal é que seu uso seja cuidadosamente ajustado.
Assim, sintomas como sonolência intensa, confusão, inchaço, ganho de peso acelerado ou tontura persistente devem ser informados ao médico, especialmente nas primeiras semanas de tratamento, quando a adaptação costuma ser mais desafiadora.

