Muitas pessoas acreditam que os cigarros eletrônicos são uma alternativa mais segura ao tabagismo tradicional. No entanto, uma pesquisa recente liderada por John Erhabor, intitulada E‑cigarette Use and Incident Cardiometabolic Conditions in the All of Us Research Program (2025), publicada no periódico Nicotine & Tobacco Research, mostra que essa percepção está longe da realidade.
O estudo acompanhou cerca de 249 mil participantes por quase quatro anos e identificou que o uso exclusivo de vape aumenta o risco de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e, em alguns casos, eleva a pressão arterial.
Principais achados do estudo
Segundo Erhabor (2025), os participantes que utilizavam apenas cigarro eletrônico apresentaram:
- Maior probabilidade de desenvolver DPOC
- Elevação da pressão arterial, aumentando riscos cardiovasculares
- Sinais de comprometimento da função respiratória mesmo entre usuários jovens
O estudo evidencia que, mesmo sem combustão, o vape provoca alterações significativas nos órgãos-alvo da nicotina e das substâncias químicas inaladas.
Por que o vape causa prejuízos?
O vapor contém nicotina concentrada, aromatizantes químicos e metais pesados liberados das bobinas. Essas partículas penetram profundamente nos pulmões e alcançam a corrente sanguínea, causando inflamação, estresse oxidativo e disfunção vascular.
Entre os sintomas e riscos a médio e longo prazo estão:
- Tosse persistente
- Falta de ar e chiado no peito
- Redução da capacidade respiratória
- Maior risco de hipertensão e doenças cardíacas
Impactos maiores entre jovens e adultos
O estudo de Erhabor (2025) reforça que adolescentes e jovens adultos são particularmente vulneráveis. A nicotina afeta o desenvolvimento cerebral, aumentando a dependência e o risco de danos cognitivos. Além disso, o uso precoce de vape pode abrir caminho para o cigarro convencional.
O estudo deixa claro que o cigarro eletrônico não é seguro, causando riscos significativos à saúde pulmonar e cardiovascular. Interromper o uso é essencial para reduzir os danos e preservar a saúde. A evidência reforça a necessidade de ações públicas e campanhas de conscientização, principalmente entre jovens.
