Muitas pessoas acreditam que o gasto calórico ocorre apenas durante o treino, como se o corpo “desligasse” seu esforço logo após o fim da atividade. No entanto, novas evidências científicas indicam que o movimento exerce efeitos que vão muito além do período de prática.
Um estudo internacional, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), demonstrou que o organismo continua queimando energia mesmo em repouso, sem comprometer funções vitais essenciais.
A pesquisa foi conduzida pela Universidade Virginia Tech (EUA) em parceria com grupos de pesquisa no Reino Unido e na China, envolvendo adultos com diferentes perfis de atividade, desde pessoas sedentárias até corredores de ultrarresistência.
O corpo não precisa “economizar energia” para funcionar

Por muito tempo, acreditou-se que o organismo trabalharia com um “orçamento fixo” de energia. Ou seja, se aumentássemos o gasto com movimentos, o corpo compensaria reduzindo energia destinada a outras funções internas, como respiração, circulação ou regulação hormonal.
O estudo mostra o contrário: o modelo energético é aditivo, não compensatório.
Isso significa que:
- Quanto mais atividade física, maior o gasto calórico total, em vez de uma troca entre funções.
- Funções básicas não têm sua energia reduzida quando nos movimentamos mais.
- O corpo continua queimando calorias mesmo depois do exercício, mantendo o metabolismo mais ativo.
Como o estudo foi realizado
Os cientistas utilizaram um método avançado de análise metabólica, combinando ingestão de isótopos de hidrogênio e oxigênio com monitoramento contínuo de movimento. O acompanhamento durou duas semanas, permitindo mapear o gasto energético total diário com alta precisão.
A conclusão geral é clara: pessoas que se movimentam mais têm maior gasto energético, mesmo em repouso. Além disso, elas passam menos tempo sentadas, o que reduz riscos associados ao sedentarismo.
Por que isso importa na prática
Os efeitos da atividade física se acumulam ao longo do tempo.
Mesmo pequenas mudanças, como caminhar mais, subir escadas ou se alongar no intervalo do trabalho, podem:
- Aumentar o gasto calórico diário
- Melhorar o condicionamento metabólico
- Reduzir inflamações crônicas
- Contribuir para manutenção de peso e saúde cardiovascular
Ou seja, o exercício não precisa ser intenso para ser eficaz, o que importa é movimentar-se com constância.

