O Sistema Único de Saúde (SUS) iniciou a substituição de 42 mil canetas de insulina reutilizáveis após identificar defeitos que poderiam comprometer a dose aplicada aos pacientes com diabetes tipo 1.
As falhas levantaram preocupações entre especialistas, já que o dispositivo é essencial para garantir o controle diário da glicemia, especialmente em pessoas que dependem da aplicação precisa do hormônio para manter a saúde estável.
Como funciona a aplicação de insulina
A caneta de insulina é um dispositivo médico projetado para liberar o hormônio de forma exata e segura. Dentro dela há um pequeno cartucho de vidro, chamado carpule, que armazena a insulina. Ao girar o dosador e acionar o botão, o carpule libera a quantidade de medicamento determinada pelo paciente ou profissional de saúde.
A precisão desse mecanismo é crucial, pois qualquer falha na liberação da dose pode resultar em hiperglicemia (aumento da glicose no sangue) ou hipoglicemia (queda acentuada dos níveis de açúcar). Por isso, defeitos mecânicos como vazamentos, travamentos ou quebras no carpule colocam em risco o tratamento e exigem substituição imediata do produto.
Falhas no dispositivo motivaram substituição nacional

As queixas sobre o novo modelo de caneta começaram a surgir nas últimas semanas, relatando desde dificuldade no encaixe até rupturas na estrutura.
Alguns pacientes notaram que o dispositivo não liberava toda a dose programada, o que levou o Ministério da Saúde a ordenar a troca preventiva das unidades defeituosas e a realização de testes laboratoriais para identificar a causa das falhas.
Melhorias prometem mais precisão e durabilidade
A fabricante responsável informou que está redesenhando o produto para torná-lo mais seguro e prático. O sistema de travamento será substituído por um modelo de rosca reforçada, e a parte externa da caneta passará a ser transparente, permitindo que o paciente visualize o carpule e monitore o volume restante do medicamento.
Além disso, serão adicionadas etiquetas de diferenciação entre os tipos de insulina, como a NPH e a regular, para evitar confusões durante a aplicação.
Controle de qualidade será ampliado
O Ministério da Saúde anunciou que intensificará o monitoramento de qualidade dos lotes distribuídos pelo SUS, avaliando periodicamente o desempenho das canetas reutilizáveis.
Até agora, cerca de 3 milhões de unidades foram entregues, e a meta é alcançar 4,5 milhões até o fim de 2025, com novos critérios de segurança e inspeção.