A doença de Alzheimer continua sendo um dos maiores desafios da neurologia moderna, afetando milhões de pessoas e não apresentando cura definitiva. Pesquisas recentes demonstram que a arginina oral pode atuar como estratégia neuroprotetora, inibindo a formação de β-amiloide (Aβ42) e reduzindo a neuroinflamação em modelos experimentais da doença.
Estes achados, publicados na revista Neurochemistry International no estudo “A administração oral de arginina suprime a patologia Aβ em modelos animais da doença de Alzheimer” por Kanako Fujii et al., indicam novas perspectivas terapêuticas seguras e acessíveis.
Como a arginina age contra a doença de Alzheimer
O estudo demonstrou que a arginina inibe a agregação de Aβ42, prevenindo a formação de placas tóxicas que danificam neurônios. Em modelos de camundongos transgênicos App NL-GF e Drosophila com mutação ártica, a suplementação oral:
- Reduziu significativamente o acúmulo de β-amiloide
- Diminuiu a expressão de marcadores inflamatórios no cérebro
- Melhorou o desempenho cognitivo e comportamental
A ação da arginina vai além de bloquear placas, incluindo efeitos anti-inflamatórios e neuroprotetores, reforçando seu potencial como alternativa ou complemento a terapias existentes.
Vantagens da arginina como abordagem terapêutica
Ao contrário de tratamentos baseados em anticorpos que podem ser caros e provocar efeitos colaterais imunológicos, a arginina é:
- Clinicamente segura
- Acessível e de baixo custo
- Facilmente disponível como suplemento alimentar
Estas características tornam o aminoácido uma candidata ideal para reposicionamento terapêutico, acelerando possíveis testes clínicos e ampliando o acesso a terapias seguras para a população.
Potencial de impacto clínico e futuro da pesquisa

A pesquisa realizada pela Universidade Kindai mostra que a administração oral de arginina pode:
- Atuar precocemente na redução de placas amiloides
- Melhorar funções cognitivas antes da progressão significativa da doença
- Servir como modelo para terapias de outras doenças neurodegenerativas relacionadas a proteínas mal dobradas
Além disso, os estudos ressaltam que embora a arginina seja segura e disponível, protocolos de dosagem utilizados em pesquisa não correspondem às formulações comerciais, reforçando a necessidade de ensaios clínicos controlados para confirmar sua eficácia em humanos.
O estudo de Kanako Fujii et al. abre caminho para uma nova estratégia terapêutica baseada em aminoácidos, demonstrando que suplementos simples podem modular processos complexos como agregação proteica e inflamação cerebral.
Dessa forma, a arginina surge como uma opção promissora, segura e econômica, com potencial de beneficiar a crescente população afetada pela doença de Alzheimer e outras condições neurodegenerativas.

