A ciência tem mostrado que a alimentação vai muito além da nutrição, ela também pode influenciar o odor natural do corpo. De acordo com estudos recentes publicados em revistas como Chemical Senses e pela Sociedade Americana de Farmacologia Clínica e Terapêutica, a interação entre os compostos químicos dos alimentos, as bactérias intestinais e a transpiração pode determinar o tipo de cheiro que cada pessoa exala.
O papel do intestino e da pele na produção de odores
Quando os alimentos são digeridos, ocorre uma complexa reação química entre seus compostos e o microbioma intestinal. Essa interação libera gases e subprodutos que podem afetar o hálito e, em alguns casos, o suor. Parte dessas substâncias é eliminada pela pele, onde entra em contato com bactérias, resultando em odores específicos.
Alimentos ricos em enxofre, como brócolis, repolho, couve-flor, alho e cebola, tendem a gerar cheiros mais fortes. Isso acontece porque o enxofre é um composto altamente volátil, o que facilita sua liberação pelo suor e pela respiração.
Os vilões (e heróis) do cheiro corporal

Nem todo alimento “forte” piora o odor corporal. Alguns podem até torná-lo mais agradável. Pesquisas realizadas na Europa e na Austrália mostram que dietas ricas em frutas e vegetais estão associadas a um suor de cheiro mais doce e frutado, especialmente em homens.
Por outro lado, alimentos e bebidas como:
- Carne vermelha e peixe, que produzem compostos como a trimetilamina;
- Álcool, que libera acetaldeído e causa desidratação;
- Café e chá, que estimulam o suor;
tendem a deixar o odor corporal mais intenso ou desagradável.
Quando a genética entra em cena
Um estudo publicado na revista Chemical Senses mostrou que a sensibilidade ao cheiro do aspargo na urina depende de fatores genéticos. Algumas pessoas simplesmente não conseguem detectar o odor característico causado pelo ácido aspargúsico e compostos sulfurados. Isso explica por que certos cheiros incomodam uns, mas passam despercebidos por outros.
Como manter o aroma corporal equilibrado
Segundo nutricionistas e pesquisadores, hidratar-se bem é um dos passos mais eficazes para reduzir odores desagradáveis. A água ajuda a diluir compostos voláteis e mantém a concentração bacteriana sob controle.
Além disso, vale incluir na dieta:
- Alimentos ricos em probióticos, como iogurte e kefir, que equilibram a flora intestinal;
- Frutas cítricas e hortelã, que adicionam compostos naturais com efeito refrescante e antimicrobiano;
- Alimentos ricos em fibras, que ajudam o intestino a eliminar impurezas do organismo.
Manter uma alimentação equilibrada e variada é a chave para um corpo mais saudável, e, de quebra, com um odor mais agradável e natural.

