Sol lança erupções poderosas e astronautas correm para áreas seguras na ISS

Explosões solares criam auroras e exigem proteção a astronautas na ISS. (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
Explosões solares criam auroras e exigem proteção a astronautas na ISS. (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

Nas últimas horas, a atividade solar subiu a níveis raramente observados, produzindo uma sequência de explosões de alta intensidade capazes de modificar a rotina de quem vive no espaço. Enquanto na Terra milhares de pessoas contemplavam auroras brilhantes em regiões incomuns, astronautas na Estação Espacial Internacional precisavam reorganizar procedimentos para enfrentar um ambiente mais hostil que o normal.

O fenômeno, marcado por jatos de plasma e partículas altamente energéticas, elevou a radiação em órbita e levou parte da tripulação a se mover temporariamente para áreas mais protegidas da ISS.

  • A radiação no ambiente orbital aumentou além do esperado;
  • Partículas solares originaram auroras extensas no Hemisfério Norte;
  • Cosmonautas foram orientados a se reposicionar na estação por segurança;
  • Astronautas de outros módulos permaneceram em zonas consideradas estáveis;
  • Tempestades solares impactam diretamente a operação de equipamentos espaciais.

Auroras impressionantes, radiação preocupante

As erupções vieram de um conjunto ativo de manchas solares, responsável por três grandes eventos em sequência. Embora resultem em exibições luminosas espetaculares na atmosfera terrestre, essas mesmas partículas se tornam um desafio para quem está fora da proteção do planeta.

Na ISS, a tripulação russa, Oleg Platonov, Sergey Ryzhikov e Alexey Zubritsky, passou a noite em um módulo científico com maior blindagem contra radiação. Já os astronautas da NASA e da JAXA permaneceram nas suas áreas de origem, pois os níveis medidos ali estavam dentro do limite seguro para exposição.

Como a ISS lida com tempestades solares

Radiação intensa no espaço força tripulação a mudar temporariamente de módulo. (Imagem: Juan Ruiz Images/ Canva Pro)
Radiação intensa no espaço força tripulação a mudar temporariamente de módulo. (Imagem: Juan Ruiz Images/ Canva Pro)

A estação espacial é equipada com zonas de resguardo, projetadas para reduzir ao máximo a dose de radiação absorvida em eventos extremos. Nessas situações, atividades externas são suspensas e deslocamentos dentro da estação são controlados. Cada membro da Expedição 73, que também inclui Mike Fincke, Jonny Kim, Zena Cardman e Kimiya Yui, segue protocolos rígidos para minimizar riscos.

Esse tipo de ocorrência reforça o quanto as missões em órbita dependem da monitorização contínua do comportamento solar, especialmente durante períodos de maior turbulência magnética.

Enquanto isso, na estação chinesa Tiangong…

A instabilidade não afetou apenas a ISS. Na missão Shenzhou-20, os taikonautas Chen Dong, Chen Zhongrui e Wang Jie enfrentaram atraso no retorno à Terra após sua cápsula sofrer impactos possivelmente relacionados a fragmentos de detritos espaciais. O desacoplamento teve de ser adiado, deixando os astronautas uma semana além do previsto em órbita.

O pouso, porém, ocorreu com sucesso na região de Dongfeng, garantindo a chegada do trio em boas condições de saúde.Os eventos recentes mostram como fenômenos solares podem encantar e ameaçar ao mesmo tempo. Enquanto auroras hipnotizam observadores na Terra, a vida em órbita exige atenção constante aos movimentos do Sol.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.