O aneurisma cerebral é uma alteração nos vasos sanguíneos que, em muitos casos, passa despercebida por longos períodos. Essa dilatação anormal ocorre quando a parede da artéria se torna mais frágil, permitindo que a pressão do sangue forme uma espécie de “bolha”. O grande problema surge quando há rompimento, evento capaz de provocar hemorragias severas e potencialmente fatais.
Embora silencioso na maioria das vezes, existe um sinal de aviso pouco conhecido que pode anteceder complicações graves: a cefaleia sentinela.
Quando a dor de cabeça indica algo além do comum
Antes da ruptura, algumas pessoas relatam uma dor descrita como “uma das piores dores da vida”. Diferente das dores habituais, esse tipo de cefaleia aparece de forma súbita e intensa, muitas vezes em locais incomuns da cabeça. Além disso, pode surgir após esforço físico, tosse ou até durante relações sexuais.
Estudos revelam que até 30% dos pacientes que tiveram ruptura já haviam experimentado essa dor dias ou semanas antes. Reconhecer o sintoma e buscar atendimento médico imediato pode evitar consequências irreversíveis.
Fatores que favorecem o desenvolvimento do aneurisma

Nem todos estão igualmente expostos ao risco. A formação de aneurismas pode estar ligada a herança genética ou a condições adquiridas ao longo da vida. Entre os principais fatores, destacam-se:
- Doenças hereditárias que enfraquecem o tecido das artérias, como Síndrome de Marfan e Síndrome de Ehlers-Danlos;
- Hipertensão arterial sem tratamento adequado;
- Tabagismo;
- Consumo exagerado de bebidas alcoólicas;
- Histórico familiar de aneurisma ou hemorragia cerebral;
- Doenças inflamatórias crônicas que afetam os vasos sanguíneos.
Como identificar e tratar o problema
Para confirmar a presença de um aneurisma, o médico pode solicitar exames de imagem de alta precisão, como angiotomografia e angiorressonância. Em casos que exigem mais detalhes, a arteriografia cerebral digital é utilizada.
O tratamento é definido individualmente, considerando tamanho, localização e perfil clínico do paciente. Entre as opções mais comuns estão:
- Embolização endovascular, na qual espirais metálicas bloqueiam o fluxo dentro do aneurisma;
- Clipagem cirúrgica, que consiste na aplicação de um clipe de titânio para isolar a área comprometida.
Métodos menos invasivos têm ganhado espaço, oferecendo recuperação mais rápida e menor risco de complicações.
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Estratégias de prevenção e acompanhamento
Não há como evitar totalmente que um aneurisma se forme, sobretudo quando existe predisposição genética. No entanto, algumas medidas reduzem consideravelmente o risco de crescimento ou ruptura:
- Manter a pressão arterial controlada;
- Abandonar o cigarro;
- Limitar o consumo de álcool;
- Adotar um estilo de vida ativo e saudável.
Pessoas com histórico familiar devem manter vigilância médica contínua. Em certos casos, pode ser recomendado o rastreamento periódico com exames de imagem.O aneurisma cerebral é uma condição que pode permanecer invisível até gerar consequências graves. No entanto, identificar sinais como a cefaleia sentinela e agir rapidamente pode significar a diferença entre a vida e a morte. Prevenção e acompanhamento médico são as melhores armas contra essa ameaça silenciosa.