Seu pet dorme com você? Entenda os riscos escondidos nesse hábito

Dormir com cachorro ou gato pode causar alergias e infecções. (Foto: Promyslawiciak via Canva)
Dormir com cachorro ou gato pode causar alergias e infecções. (Foto: Promyslawiciak via Canva)

Dormir juntinho com o cachorro ou o gato é um gesto de carinho que muitos tutores não abrem mão. A presença do pet traz sensação de conforto, segurança e companhia, e há quem diga que o simples ronronar de um gato ou o calor de um cachorro ajudam a pegar no sono mais rápido.

Porém, por trás desse costume aparentemente inofensivo, a ciência aponta efeitos colaterais importantes que merecem atenção.

Nem sempre a companhia do pet garante uma boa noite de sono

Pesquisas indicam que dormir com animais de estimação pode reduzir o estresse e até melhorar o humor, graças à liberação de hormônios ligados ao bem-estar, como a ocitocina. No entanto, o lado emocional positivo pode vir acompanhado de noites interrompidas e sono de má qualidade.

Cães e gatos possuem ritmos biológicos diferentes dos humanos: eles se movimentam, sonham, acordam e até vocalizam durante a madrugada. Essas pequenas interrupções constantes podem fragmentar o sono e causar fadiga ao longo do dia, mesmo sem que o tutor perceba.

Microrganismos, alérgenos e parasitas

Presença do pet reduz o estresse, mas exige cuidados. (Foto: Promyslawiciak via Canva)
Presença do pet reduz o estresse, mas exige cuidados. (Foto: Promyslawiciak via Canva)

Além das interferências no sono, há também o fator biológico. Mesmo os pets bem cuidados podem carregar bactérias, fungos, ácaros e parasitas que representam risco à saúde humana.
Entre os principais problemas associados ao hábito estão:

  • Alergias respiratórias e de pele, provocadas por pelos e caspas;
  • Agravo de sintomas de rinite e asma, especialmente em pessoas sensíveis;
  • Infecções gastrointestinais, ligadas a bactérias como Salmonella e E. coli;
  • Pulgas e carrapatos, que se abrigam facilmente em tecidos e colchões.

Pesquisas mostram que até 86% dos cães e 30% dos gatos podem abrigar microrganismos do grupo Enterobacteriaceae, mesmo quando vacinados. Embora o risco de infecção seja considerado baixo, ele aumenta quando há falta de higiene ou imunidade comprometida.

Cuidados indispensáveis para quem não quer abrir mão do hábito

Para tutores que não resistem ao aconchego do pet, é possível adotar medidas que reduzem os riscos e tornam o ambiente mais seguro:

  • Manter as vacinas e vermífugos sempre atualizados;
  • Escovar os pelos com frequência para evitar acúmulo de caspas;
  • Lavar lençóis e cobertores semanalmente;
  • Usar capa protetora impermeável no colchão;
  • Evitar o contato direto com o rosto durante o sono.

Esses hábitos ajudam a equilibrar o vínculo afetivo com a preservação da saúde.

Dormir com o pet exige responsabilidade

Compartilhar a cama com um animal de estimação pode reforçar o laço emocional e até diminuir a ansiedade noturna, mas também é um comportamento que pede cuidados extras.

A decisão de dividir o travesseiro com o pet deve considerar não só o afeto, mas também a higiene, a rotina e o bem-estar de ambos.

Em resumo, dormir com o pet não é um erro, desde que feito com consciência, prevenção e equilíbrio.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.