A sardinha, presença comum na mesa dos brasileiros, ganhou nos últimos anos um novo status entre nutricionistas e pesquisadores: o de um dos peixes mais nutritivos disponíveis no país.
Simples, acessível e abundante na costa nacional, ela reúne características que a colocam lado a lado, e até acima, de peixes importados famosos, como o salmão.
Rica em ômega-3 de verdade
O grande destaque da sardinha está nas gorduras boas. Ela concentra altas quantidades de EPA e DHA, as duas formas mais poderosas do ômega-3, essenciais para:
- reduzir inflamações,
- proteger o coração,
- melhorar o funcionamento do cérebro,
- apoiar a saúde dos olhos.
Esses ácidos graxos são fundamentais, mas o corpo não os produz sozinho, por isso a alimentação é tão importante.
Estudo reforça a potência nutricional da sardinha

Uma pesquisa publicada em 2024 pela revista Food Chemistry Advances analisou a composição da Sardinella brasiliensis, espécie consumida no Brasil. O estudo, liderado por Fernanda Scheuer e colaboradores, encontrou níveis excepcionalmente altos de ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa.
Segundo os autores, a sardinha selvagem apresentou aproximadamente 2.560 mg de LC-PUFA n-3 por 100 g, um valor impressionante e superior ao de muitos outros peixes da dieta brasileira. O trabalho também destacou que a sardinha possui um perfil lipídico equilibrado, oferecendo boa quantidade de proteínas de alta qualidade, vitaminas e minerais.
Esse achado reforça que a sardinha não é apenas uma opção econômica, mas um alimento de alto impacto nutricional, especialmente importante em um país onde nem sempre é fácil ter acesso a peixes de águas frias.
Outros benefícios que chamam atenção
Além do ômega-3, a sardinha também se destaca por:
- Ser rica em vitamina D, essencial para imunidade e ossos;
- Concentrar cálcio, especialmente quando consumida com a espinha;
- Oferecer selênio e vitamina B12, nutrientes fundamentais para energia e função cerebral;
- Ter menor risco de contaminação por mercúrio, por ser peixe pequeno e de ciclo curto.
Acessível e versátil
Enquanto peixes de cultivo ou importados têm preços elevados, a sardinha se mantém entre as opções mais econômicas do mercado. Isso permite que mais pessoas tenham acesso a um alimento de alto valor nutricional, algo especialmente relevante quando se fala em saúde pública.
Ela também pode ser preparada de várias formas: grelhada, assada, cozida, em molhos ou até mesmo em conserva, que mantém grande parte dos nutrientes.
Portanto, a sardinha é um verdadeiro “superalimento brasileiro”: nutritiva, barata, sustentável e comprovadamente rica em nutrientes essenciais para a saúde. Para quem busca melhorar a alimentação sem aumentar os gastos, ela é uma escolha inteligente.

