A raiva herbívora voltou a chamar atenção no Rio Grande do Sul após a morte de animais em uma propriedade rural. Apesar de muitas vezes ser negligenciada, essa doença viral letal representa um risco não apenas para o gado, mas também para a saúde humana, já que é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida de animais para pessoas.
O caso acendeu o alerta em todo o estado e reforçou a necessidade da vacinação preventiva e do monitoramento de morcegos hematófagos, conhecidos popularmente como morcegos vampiros, principais transmissores do vírus.
Entenda o que é a raiva herbívora

A raiva herbívora é causada por um vírus que afeta o sistema nervoso central de bovinos, equinos e ovinos. Depois de infectado, o animal apresenta sintomas neurológicos graves e acaba morrendo em poucos dias. Não existe tratamento eficaz, e por isso, a prevenção é a única forma de controle real da doença.
O período de incubação do vírus costuma variar entre 45 e 60 dias após a mordida do morcego contaminado. Quando os sinais clínicos aparecem, a evolução é rápida e quase sempre fatal.
O papel dos morcegos na tansmissão
Os morcegos hematófagos vivem em cavernas, ocos de árvores e até construções abandonadas, e saem à noite em busca de alimento. Durante a alimentação, uma simples mordida é suficiente para transmitir o vírus da raiva.
Em propriedades rurais, esses animais encontram rebanhos desprotegidos e de fácil acesso. Por isso, é fundamental que os produtores fiquem atentos e adotem estratégias de vigilância, como:
- Identificação e eliminação de abrigos de morcegos nas redondezas;
- Comunicação imediata às autoridades veterinárias ao notar mordidas suspeitas;
- Manutenção da vacinação em dia de todo o rebanho.
Vacinação e vigilância: as melhores defesas
Mesmo não sendo obrigatória em todas as regiões, a vacinação anual contra a raiva é altamente recomendada. Ela cria uma barreira imunológica que impede a propagação do vírus e protege o rebanho de perdas irreparáveis.
Além disso, a atuação das inspetorias veterinárias e o monitoramento de um raio de 10 quilômetros ao redor de focos detectados ajudam a conter a disseminação. A combinação entre imunização e vigilância é, portanto, a forma mais eficaz de evitar novos surtos.
Sintomas e sinais de alerta
Os criadores devem observar atentamente o comportamento de seus animais. Os sinais mais comuns incluem:
- Salivação intensa e dificuldade para engolir;
- Tremores musculares e perda de equilíbrio;
- Dificuldade para se levantar ou para se alimentar;
- Mudanças bruscas de comportamento, como agitação ou apatia.
Diante de qualquer suspeita, é essencial comunicar imediatamente o serviço veterinário local. A rapidez na notificação pode evitar que a doença se espalhe e coloque em risco outros animais e até seres humanos.
Conscientização é a chave
A raiva herbívora não é apenas um problema veterinário, mas uma questão de saúde pública. Casos recentes reforçam que a negligência na vacinação e o atraso na comunicação de sintomas podem ter consequências graves.
A informação e a prevenção continuam sendo as maiores aliadas dos produtores e da comunidade rural.