ONU aponta aquecimento perigoso e COP30 busca soluções urgentes

COP30 discute metas urgentes diante de crise climática crescente (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
COP30 discute metas urgentes diante de crise climática crescente (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

O mundo se aproxima rapidamente de um aumento de temperatura perigoso, com emissões de gases de efeito estufa atingindo novos recordes em 2024, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Embora os compromissos nacionais recentes indiquem algum avanço, eles ainda são insuficientes para limitar o aquecimento global a 2,5°C neste século, deixando grandes riscos ambientais e sociais iminentes.

O aumento da temperatura acima de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais é amplamente reconhecido como um ponto crítico. Ultrapassá-lo pode desencadear eventos climáticos extremos, como furacões, inundações, ondas de calor, além de alterações irreversíveis em ecossistemas, incluindo recifes de corais, calotas polares e a Amazônia.

Para visualizar os impactos imediatos e a urgência de ação, é possível resumir os principais pontos do relatório:

  • Emissões globais em 2024 aumentaram 2,3%, impulsionadas por Índia, China, Rússia e Indonésia;
  • Economias do G20 respondem por 75% das emissões globais;
  • Aumento de temperatura previsto com compromissos atuais: 2,3°C a 2,5°C até 2100;
  • Somente um terço dos países apresentou metas de redução de emissões até 2035;
  • Impactos imediatos: intensificação de desastres naturais, elevação do nível do mar e riscos para comunidades vulneráveis.

Cenários climáticos e consequências globais

Emissões atingem recorde e aquecimento global se aproxima de 2,5°C (Imagem: Inkdrop/ Canva Pro)
Emissões atingem recorde e aquecimento global se aproxima de 2,5°C (Imagem: Inkdrop/ Canva Pro)

Apesar das recentes promessas climáticas, os dados mostram que a ambição global está abaixo do necessário. Um aquecimento de 1,4°C já comprometeu significativamente recifes de corais tropicais, e temperaturas próximas a 2°C podem causar danos severos a florestas, zonas costeiras e biodiversidade, afetando a vida de milhões de pessoas.

Além disso, existe o risco de pontos de inflexão climáticos, fenômenos irreversíveis que podem acelerar ainda mais o aquecimento global. Cada década perdida em cortes de emissões aumenta a dificuldade de reverter ou estabilizar a temperatura do planeta.

A urgência da COP30 e os desafios geopolíticos

A COP30, realizada na Amazônia em Belém, surge em um momento crítico. A reunião global busca incentivar metas mais ambiciosas, especialmente dos maiores poluidores, como China, Índia e Estados Unidos. No entanto, a realidade mostra que mesmo com compromissos recentes, muitos países não estão no caminho certo para atingir objetivos anteriores para 2030.

A implementação de políticas eficazes, juntamente com cortes de emissões rápidos e profundos, é fundamental para limitar os impactos. Estudos científicos indicam que a janela de oportunidade está se fechando rapidamente, e medidas emergenciais são necessárias para reduzir riscos a longo prazo.

Caminhos para reduzir o aquecimento

Para enfrentar o cenário atual, os cientistas apontam algumas ações prioritárias:

  • Redução drástica de emissões de gases de efeito estufa;
  • Investimento em energias limpas e renováveis;
  • Proteção de ecossistemas essenciais, como florestas e oceanos;
  • Políticas globais coordenadas, com maior responsabilidade dos grandes poluidores.

Desse jeito, sem mudanças profundas e rápidas, o planeta seguirá rumo a temperaturas perigosamente elevadas, com consequências irreversíveis para ecossistemas e sociedades humanas.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.