O que a glicose alta faz no corpo e como evitar o diabetes

Glicose alta danifica vasos e acelera complicações. (Foto: Varnika Devi's Images via Canva)
Glicose alta danifica vasos e acelera complicações. (Foto: Varnika Devi's Images via Canva)

O diabetes mellitus é uma condição crônica caracterizada pelo excesso de glicose circulante no sangue. Esse desequilíbrio ocorre quando o corpo não produz insulina suficiente ou quando as células deixam de responder adequadamente a esse hormônio. 

Como resultado, a glicose permanece na corrente sanguínea e, com o tempo, provoca uma série de alterações que afetam diferentes órgãos.

Por que a glicose alta é perigosa?

Quando o açúcar no sangue permanece elevado por longos períodos, o organismo entra em um estado de inflamação constante. Essa inflamação progressiva interfere no funcionamento de vasos sanguíneos, nervos, rins e olhos, abrindo caminho para várias complicações. 

Mesmo quem ainda não recebeu o diagnóstico pode apresentar níveis alterados de glicose por anos sem perceber, o que torna o acompanhamento regular essencial.

Sinais e sintomas mais comuns

Os sintomas variam de intensidade, mas alguns são bastante característicos. Entre eles:

  • Sede intensa e boca seca ao longo do dia.
  • Aumento na frequência urinária, inclusive durante a madrugada.
  • Cansaço persistente mesmo após períodos de descanso.
  • Maior vontade de comer, especialmente alimentos doces.
  • Perda de peso não intencional, mais frequente em casos de deficiência marcada de insulina.

Esses sinais surgem porque o organismo não consegue utilizar a glicose adequadamente para gerar energia, recorrendo a outras fontes e alterando o metabolismo.

Diferenças entre os tipos mais comuns de diabetes

Sede intensa e urina frequente podem indicar diabetes. (Foto: Atlasstudio via Canva)
Sede intensa e urina frequente podem indicar diabetes. (Foto: Atlasstudio via Canva)

O diabetes tipo 1 está relacionado à ausência quase total de produção de insulina. O tipo 2, mais frequente, envolve resistência das células ao hormônio e costuma estar ligado ao estilo de vida, predisposição genética e envelhecimento. Já o diabetes gestacional ocorre durante a gravidez e exige acompanhamento para evitar riscos à gestante e ao bebê.

Complicações relacionadas à doença

O avanço do diabetes sem controle adequado interfere diretamente em diversos sistemas do corpo. Entre as complicações mais conhecidas estão:

  • Problemas cardiovasculares, como infarto e derrame.
  • Doença renal, que pode progredir para perda da função dos rins.
  • Alterações na visão, incluindo risco aumentado de cegueira.
  • Neuropatia, caracterizada por formigamentos, dor e perda de sensibilidade nos pés.
  • Cicatrização lenta, facilitando infecções e feridas crônicas.

Por isso, manter os níveis de glicose sob controle é fundamental para reduzir a progressão dessas condições.

Como prevenir e controlar

O tratamento envolve uma combinação de alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, monitoramento da glicemia e, quando necessário, uso de medicamentos ou insulina. 

Pequenas mudanças diárias têm grande impacto na saúde, incluindo a redução do consumo de açúcares simples, o aumento da ingestão de fibras e a manutenção de um peso adequado.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.