Novo remédio contra insônia oferece sono seguro e reduz efeitos colaterais

Novo remédio bloqueia sinais que mantêm cérebro acordado. (Foto: Pexels via Canva)
Novo remédio bloqueia sinais que mantêm cérebro acordado. (Foto: Pexels via Canva)

A insônia é um dos distúrbios do sono mais prevalentes no mundo, afetando qualidade de vida, produtividade e saúde mental. Recentemente, a Anvisa aprovou o lemborexant, comercializado como Dayvigo, uma medicação que apresenta mecanismo de ação inovador, atuando de forma diferente dos medicamentos tradicionais. Ao bloquear sinais que mantêm o cérebro acordado, oferece uma alternativa eficaz e segura para adultos que enfrentam dificuldades para dormir.

Com eficácia comprovada em estudos internacionais, incluindo avaliação publicada na revista The Lancet, o lemborexante foi apontado como o melhor entre 36 opções disponíveis, considerando eficácia, tolerabilidade e aceitabilidade.

Como o lemborexant se diferencia

Alternativa mais segura para quem não consegue dormir. (Foto: Pixabay via Canva)
Alternativa mais segura para quem não consegue dormir. (Foto: Pixabay via Canva)
  • Ação seletiva: bloqueia apenas os sinais de vigília, sem reduzir a atividade geral do sistema nervoso central.
  • Menor risco de dependência em comparação aos benzodiazepínicos e drogas Z, como zolpidem e clonazepam.
  • Redução de efeitos adversos como déficit cognitivo, sonambulismo e paradas respiratórias.
  • Melhora da qualidade do sono: aumenta duração do sono profundo e reduz despertares noturnos.

Diferente das medicações tradicionais utilizadas desde a década de 1960, que agem de forma ampla sobre o sistema nervoso, o lemborexant permite um sono mais natural e restaurador, essencial para saúde física e mental.

Indicações e uso seguro

A dose recomendada é de 5 mg por noite, tomada minutos antes de deitar, com intervalo mínimo de sete horas antes de acordar. Se necessário, a dose pode ser ajustada para 10 mg, sempre sob orientação médica. 

O medicamento é indicado exclusivamente para adultos e deve ser utilizado com cautela, especialmente em pacientes com noites de sono muito curtas ou prejuízos funcionais diários.

A abordagem médica reforça que o tratamento medicamentoso deve ser pontual ou de curta duração, aliado a medidas não farmacológicas como:

  • Higiene do sono adequada
    Prática regular de exercícios físicos
  • Redução de cafeína e álcool
  • Técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I)

O panorama da insônia no Brasil

Estima-se que duas a cada três pessoas tenham dificuldade para dormir, e cerca de 15% apresentam insônia crônica. Apesar das recomendações de medidas não farmacológicas, aproximadamente 8,5% da população utiliza medicamentos para insônia, evidenciando a necessidade de alternativas mais seguras e eficazes, como o lemborexant.

Com a aprovação deste medicamento, médicos e pacientes ganham uma opção inovadora, que combina segurança, eficácia e menor risco de efeitos colaterais graves, preenchendo uma lacuna importante no tratamento da insônia crônica no Brasil.

O lemborexant representa um avanço significativo na medicina do sono, oferecendo uma solução que respeita os ciclos naturais do cérebro e proporciona um descanso profundo. 

Com menor potencial de dependência e efeitos colaterais controlados, a medicação promete transformar a experiência do sono, promovendo saúde e bem-estar de forma confiável.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.

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