Astrônomos identificam o misterioso 2017 OF201, um corpo celeste que pode mudar tudo o que sabemos sobre as bordas do nosso sistema solar. Um novo planeta anão acaba de ser revelado pelos cientistas, e sua descoberta está agitando a comunidade astronômica.
Batizado de 2017 OF201, o objeto celeste foi identificado muito além da órbita de Netuno, em uma região onde poucos olhos humanos já alcançaram. O mais impressionante? Ele leva cerca de 25 mil anos terrestres para completar uma única volta ao redor do Sol.
Planeta anão encontrado nas profundezas do espaço
2017 OF201 foi avistado por uma equipe de pesquisadores que analisava dados antigos dos telescópios Blanco (no Chile) e Canadá-França-Havaí. Com isso, o grupo conseguiu rastrear o objeto em 19 conjuntos de imagens ao longo de sete anos, o que confirma sua existência e trajetória.
Além disso, o novo planeta anão possui cerca de 700 km de diâmetro, sendo praticamente esférico. Em sua aproximação mais curta ao Sol, ele fica a 45 UA (unidades astronômicas), o que equivale a 45 vezes a distância da Terra ao Sol, uma distância comparável à de Plutão. Porém, em seu ponto mais distante, ele se afasta até 1.600 UA, tornando-se um verdadeiro forasteiro espacial.
Orbita do 2017 OF201
Segundo os pesquisadores, a última vez que 2017 OF201 passou perto do Sol foi em 1930, coincidentemente o mesmo ano da descoberta de Plutão. Desde então, ele segue sua longa jornada rumo ao espaço profundo. Isso porque sua órbita é extremamente alongada, sugerindo interações gravitacionais complexas, tanto com Netuno quanto com a própria galáxia.
“Pode ter havido mais de uma etapa em sua migração. É possível que este objeto tenha sido primeiro ejetado para a nuvem de Oort […] e depois enviado de volta” explicou Sihao Cheng, coautor do estudo
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O que mais pode estar escondido
Sendo assim, a presença de 2017 OF201 levanta questões importantes. Segundo Cheng, “2017 OF201 passa apenas 1% do seu tempo orbital perto o suficiente de nós para ser detectável”, o que indica que centenas de outros objetos semelhantes podem estar escondidos nos confins do sistema solar, aguardando descoberta.
Vale destacar que esse planeta anão não se encaixa no padrão esperado de órbitas influenciadas pelo hipotético Planeta 9, cuja existência ainda é debatida. Por isso, os dados levantados sobre 2017 OF201 desafiam parte das teorias atuais sobre corpos transnetunianos.
Explorando o nosso quintal cósmico
“Embora os avanços nos telescópios tenham nos permitido explorar partes distantes do universo, ainda há muito a descobrir sobre o nosso próprio sistema solar”, finalizou Cheng.
Dessa maneira, o achado de 2017 OF201 não apenas amplia nosso mapa cósmico, como abre caminho para novas investigações sobre a formação e dinâmica do sistema solar exterior. Cabe ressaltar, que o espaço ao redor do nosso planeta ainda guarda muitos segredos, e é com descobertas como essa que conseguimos avançar na compreensão do universo passo a passo, objeto a objeto.
