Novo estudo descarta relação causal entre paracetamol na gestação e autismo

Estudo confirma segurança do paracetamol na gravidez. (Foto: Design Studio's via Canva)
Estudo confirma segurança do paracetamol na gravidez. (Foto: Design Studio's via Canva)

Um novo estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) trouxe alívio para gestantes e profissionais de saúde ao reafirmar que não há relação causal entre o uso de paracetamol na gravidez e o desenvolvimento do autismo em crianças. A pesquisa revisou dezenas de análises anteriores, oferecendo um panorama robusto e confiável sobre o tema.

Revisão científica reforça segurança do medicamento

A investigação se baseou em uma meta-análise de larga escala, também conhecida como “estudo guarda-chuva”, que reúne e compara resultados de diversos trabalhos científicos publicados anteriormente. Esse tipo de análise é considerado nível A de evidência, ou seja, apresenta alto grau de consistência e confiabilidade.

Os dados consolidados mostraram que, quando o medicamento é usado de forma adequada e sob orientação médica, não há indícios de aumento no risco de transtorno do espectro autista (TEA) ou de outras alterações neurológicas no bebê. O estudo, portanto, reforça o que muitos especialistas já indicavam: o paracetamol continua sendo uma opção segura para o controle de febre e dor durante a gestação.

Cuidados essenciais no uso de medicamentos na gravidez

Automedicação na gestação ainda exige cautela médica. (Foto: Pexels via Canva)
Automedicação na gestação ainda exige cautela médica. (Foto: Pexels via Canva)

Embora os resultados sejam tranquilizadores, os cientistas reforçam a importância de um uso responsável e supervisionado. Mesmo medicamentos considerados seguros devem ser utilizados com orientação do obstetra, especialmente durante as primeiras semanas de gestação, quando ocorre o desenvolvimento inicial do sistema nervoso fetal.

É importante que a gestante:

  • Evite a automedicação, especialmente em casos de dor recorrente ou febre persistente;
  • Comunique ao médico qualquer uso contínuo de medicamentos;
  • Siga as doses recomendadas, respeitando os intervalos entre cada administração;
  • Prefira sempre opções simples e seguras, indicadas por profissionais de saúde.

Essas precauções ajudam a garantir que o medicamento cumpra seu papel sem gerar riscos desnecessários à mãe ou ao bebê.

Avanço para a saúde materno-infantil

O estudo publicado pelo BMJ é um marco importante para a ciência obstétrica e pediátrica, pois elimina dúvidas que circulavam há anos entre profissionais e gestantes. Ao confirmar a ausência de relação causal entre o paracetamol e o autismo, a pesquisa traz mais segurança para o manejo clínico da dor e febre durante a gravidez.

Mais do que reforçar a confiança em um medicamento amplamente usado, o trabalho evidencia a importância de basear decisões médicas em evidências científicas sólidas. Assim, o uso consciente e orientado de fármacos segue sendo o caminho mais seguro para uma gestação saudável.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.