Nova onda de casos da bactéria “comedora de carne” preocupa especialistas

Staphylococcus aureus pode causar fasciíte necrosante. (Foto: Getty Images via Canva)
Staphylococcus aureus pode causar fasciíte necrosante. (Foto: Getty Images via Canva)

A notícia de novos casos da chamada “bactéria comedora de carne” tem gerado preocupação em vários países. A fasciíte necrosante é uma condição rara e grave, que exige atenção aos primeiros sinais e uma resposta médica rápida.

O que é a fasciíte necrosante

A fasciíte necrosante é uma infecção bacteriana agressiva que destrói tecidos moles, como pele, gordura e fáscia muscular. Em poucas horas, a infecção pode se espalhar e comprometer grandes áreas do corpo.

Na maioria dos casos, ela é causada por bactérias comuns no ambiente, como o Streptococcus do grupo A e o Staphylococcus aureus, presentes no solo, na água e até na pele humana. O perigo surge quando essas bactérias entram no organismo por meio de ferimentos, mesmo pequenos, como cortes, arranhões, bolhas ou picadas de inseto.

Como a infecção age no corpo

Água e solo podem abrigar Staphylococcus aureus. (Foto: Science Photo Library via Canva)
Água e solo podem abrigar Staphylococcus aureus. (Foto: Science Photo Library via Canva)

Depois de entrar na pele, as bactérias se multiplicam e liberam toxinas potentes que destroem tecidos e reduzem o fluxo sanguíneo local. Isso causa dor intensa, inchaço rápido e necrose, podendo levar à amputação se o tratamento não for imediato.

A mortalidade pode chegar a 30%, principalmente em pessoas com imunidade baixa, diabetes ou feridas mal cicatrizadas.

Sinais de alerta que exigem atenção médica

A fasciíte necrosante pode começar parecendo uma infecção simples, mas evolui rapidamente. Procure um médico se observar:

  • Dor intensa e desproporcional ao tamanho do ferimento;
  • Inchaço e vermelhidão que se espalham rapidamente;
  • Febre alta, calafrios e fadiga;
  • Bolhas, manchas escuras ou odor forte na área afetada.

Reconhecer esses sintomas precocemente é essencial para evitar complicações graves.

Como se proteger da bactéria “comedora de carne”

A melhor forma de prevenção é o cuidado adequado com a pele. Pequenas atitudes podem evitar grandes riscos:

  • Lave qualquer ferida com água e sabão imediatamente;
  • Cubra o ferimento com curativo limpo e seco até cicatrizar;
  • Evite contato com água de rios, mares ou piscinas se houver cortes abertos;
  • Busque atendimento médico rápido em caso de dor, febre ou vermelhidão crescente.

Situação no Brasil e no mundo

Embora a doença seja rara, autoridades de saúde de vários países têm observado aumento de casos desde a pandemia, possivelmente por fatores como imunossupressão e mudanças climáticas que favorecem a proliferação bacteriana.

No Brasil, não há registro oficial sobre a incidência, mas hospitais de grandes centros já notificaram casos esporádicos, principalmente após cirurgias ou traumas. A vigilância e a informação seguem sendo as melhores armas contra essa ameaça silenciosa.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.

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