Nova mancha solar gigante está apontada para a Terra e preocupa cientistas

Mancha solar gigante AR 4294-4296 aponta para a Terra (Imagem: NASA)
Mancha solar gigante AR 4294-4296 aponta para a Terra (Imagem: NASA)

Uma nova região ativa no Sol, denominada AR 4294-4296, chamou atenção de astrônomos por seu tamanho e posição estratégica, voltada diretamente para a Terra. Esse complexo de manchas solares é comparável à famosa mancha que desencadeou o Evento Carrington em 1859, considerado a maior tempestade solar já registrada. Embora o fenômeno atual ainda esteja relativamente silencioso, ele possui potencial para gerar erupções solares poderosas, perturbações geomagnéticas e auroras vibrantes. Entre os aspectos mais relevantes deste fenômeno, destacam-se:

  • Tamanho impressionante: aproximadamente 90% do tamanho da mancha do Evento Carrington;
  • Possibilidade de erupções classe X: tipo mais intenso da classificação de erupções solares da NOAA;
  • Impacto potencial: auroras intensas, interferência em satélites e pequenas perturbações tecnológicas;
  • Descoberta precoce: inicialmente observada pelo rover Perseverance no lado oculto do Sol.

Como as manchas solares afetam a Terra

Mancha solar gigante AR 4294-4296 aponta para a Terra (Imagem: NASA)
Mancha solar gigante AR 4294-4296 aponta para a Terra (Imagem: NASA)

As manchas solares são áreas de intensa atividade magnética que podem liberar explosões de energia conhecidas como erupções solares. Quando essas erupções lançam ejeções de massa coronal (EMCs) em direção à Terra, elas podem causar diversos efeitos, como interferir nas redes de comunicação por rádio, provocar tempestades geomagnéticas que alteram o campo magnético do planeta, gerar auroras coloridas visíveis em latitudes mais baixas e, em casos extremos, danificar satélites e outros equipamentos espaciais.

Apesar do tamanho do novo complexo, a ocorrência de uma supertempestade equivalente ao Evento Carrington é considerada improvável, pois a intensidade depende não apenas do tamanho da mancha, mas também da configuração magnética e frequência de erupções.

Monitoramento e contexto histórico

A região AR 4294-4296 foi detectada no lado oculto do Sol e tornou-se visível a partir de 28 de novembro. Seu campo magnético entrelaçado sugere que erupções são possíveis, mas, até o momento, não há indícios de uma explosão catastrófica iminente.

Vale ressaltar que o Sol atravessa atualmente seu máximo solar, fase de maior atividade em seu ciclo de aproximadamente 11 anos. Em 2024, foram registradas múltiplas erupções de classe X, incluindo tempestades geomagnéticas significativas e auroras extensas, a mais potente em 21 anos.O acompanhamento constante dessa região permitirá avaliar potenciais impactos e preparar sistemas tecnológicos para possíveis perturbações, garantindo segurança e minimizando riscos para satélites e infraestrutura terrestre.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.