Um detalhe curioso encontrado em escavações na Villa Romana del Casale, na Sicília, chamou a atenção da arqueologia mundial: um mosaico de 1.600 anos retratando um par de sandálias azuis e bege que lembram os chinelos modernos. A obra foi localizada no frigidário, espaço destinado a banhos frios no luxuoso complexo romano.
Símbolos de luxo e convivência internacional
A descoberta integra um projeto liderado por Isabella Baldini, arqueóloga da Universidade de Bolonha. Segundo ela, representações semelhantes já foram identificadas em banhos romanos na Espanha, Chipre, Jordânia e Ásia Menor. Para Baldini, esses elementos visuais ajudavam a caracterizar tais edifícios como centros de convivência da elite e símbolos de sofisticação cultural.
Além do ineditismo estético, o achado reforça como até objetos cotidianos podiam ser valorizados como temas artísticos. Isso aproxima hábitos de séculos atrás da vida atual, mostrando que a arte romana não se restringia a grandes batalhas ou cenas mitológicas.
Principais destaques do mosaico e do sítio arqueológico:
- Representação rara de sandálias que lembram chinelos;
- Descoberta feita no frigidário, parte dos banhos romanos;
- Conexão com outros mosaicos encontrados no Mediterrâneo;
- Associação com práticas de luxo e identidade cultural da elite;
- Valorização de objetos comuns como elementos artísticos.
Villa Romana del Casale: um tesouro preservado

Considerada patrimônio da UNESCO, a vila abriga alguns dos mais célebres mosaicos romanos in situ, incluindo a famosa cena de caça e o mosaico das “garotas de biquíni”. Construída no século 4 d.C., a propriedade foi soterrada durante a Idade Média, o que garantiu a preservação de suas estruturas.
Redescoberta no século 19 e alvo de escavações sistemáticas apenas a partir da década de 1950, a Villa Romana del Casale hoje recebe projetos internacionais que unem pesquisadores e estudantes de diversos países.
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Tecnologia a serviço da arqueologia
As novas investigações utilizam recursos como modelagem 3D e levantamentos geofísicos. “O objetivo é restaurar uma imagem coerente da vila e criar um registro digital acessível”, explica Baldini.
Dessa forma, será possível reconstruir virtualmente a planta original da propriedade e ampliar a compreensão sobre seu papel histórico.
Uma ponte entre passado e presente
A descoberta dos “chinelos romanos” mostra como pequenos detalhes revelam a proximidade entre a vida de 1.600 anos atrás e o cotidiano atual. Mais do que uma curiosidade, o mosaico é um lembrete de que os antigos romanos também valorizavam o conforto e a estética em suas práticas diárias.
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