Megamamífero pré-histórico de 5 toneladas é encontrado em Geoparque do RN

Fósseis de preguiça gigante encontrados no Seridó, RN. (Foto: Gerada por IA via Gemini)
Fósseis de preguiça gigante encontrados no Seridó, RN. (Foto: Gerada por IA via Gemini)

Uma descoberta paleontológica impressionante foi registrada no Geoparque Seridó, no Rio Grande do Norte: fósseis de uma preguiça-gigante, pertencente à espécie Eremotherium laurillardi, foram encontrados por um morador local. Esses fósseis fornecem informações valiosas sobre a megafauna brasileira do Pleistoceno, período que se estendeu de 2,5 milhões a 11 mil anos atrás. 

O animal podia atingir cerca de 6 metros de comprimento e pesar até 5 toneladas, tornando-se um dos maiores herbívoros terrestres da época.

Importância científica da descoberta

Os fósseis, que incluem fragmentos de fêmur, costela e falange, foram analisados por pesquisadores da UFRN e Unesp. A investigação mostrou que a preguiça-gigante possuía adaptações específicas ao ambiente terrestre, oferecendo insights sobre seu comportamento, locomoção e dieta

Além disso, a descoberta contribui para compreender a diversidade de megamamíferos pré-históricos que habitaram o Brasil.

Entre os pontos de destaque do estudo estão:

  • Estrutura óssea que indica porte e força excepcionais
  • Evidências de adaptações para suportar grandes massas corporais
  • Conexões ecológicas com o ambiente do Pleistoceno

Conservação e preservação do patrimônio

Megamamífero pesava cerca de 5 toneladas no Pleistoceno. (Foto: Gerada por IA via Gemini)
Megamamífero pesava cerca de 5 toneladas no Pleistoceno. (Foto: Gerada por IA via Gemini)

O Geoparque Seridó, reconhecido pela Unesco em 2022 como território de importância global, abrange uma área de 2,8 mil quilômetros quadrados em seis municípios. 

Os fósseis encontrados serão tombados e incorporados ao acervo do Geoparque, com exposição planejada ao público, permitindo que pesquisadores e visitantes conheçam mais sobre a megafauna extinta do Brasil.

O estudo envolveu:

  • Coleta cuidadosa dos fósseis no local de achado
  • Análises detalhadas em laboratório para identificação taxonômica
  • Comparações com outros espécimes do Pleistoceno

Esses procedimentos asseguram precisão e rigor científico, possibilitando reconstruir aspectos anatômicos e ecológicos do Eremotherium laurillardi e entender melhor sua evolução e adaptação.

Impacto educacional e turístico

A descoberta não apenas amplia o conhecimento paleontológico, mas também fortalece o turismo científico e a educação ambiental na região. O Geoparque Seridó se consolida como um importante centro de estudo e pesquisa, conectando a comunidade local com o passado natural do Brasil.

A preguiça-gigante do Seridó oferece uma janela rara para compreender a vida pré-histórica e reforça a necessidade de preservação de fósseis e áreas de relevância científica. A pesquisa seguirá com a catalogação completa do material e publicação em periódicos especializados, enriquecendo o registro da megafauna brasileira.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.