Neste domingo, a Lua inicia sua tradicional aproximação mensal dos planetas e aparece colada a Júpiter no firmamento noturno. Embora a conjunção exata aconteça durante o dia e, portanto, fora do alcance visual, o público poderá observar os dois astros muito próximos ao longo da noite. A cena marca o começo de uma sequência de encontros celestes que reforçam como nosso satélite se movimenta alinhado ao plano onde orbitam os principais corpos do Sistema Solar. Para facilitar a observação, vale lembrar algumas referências simples:
- Aproximação angular: pouco mais de 3° entre Lua e Júpiter;
- Visibilidade: a dupla surge a partir da noite e permanece até antes do amanhecer;
- Equipamento: não cabem juntos no campo de um telescópio, mas são visíveis a olho nu ou com binóculos.
As magnitudes revelam um show de brilho natural
Durante o fenômeno, a Lua estará em magnitude –12,7, enquanto Júpiter brilhará em –2,6. Como a escala funciona de maneira inversa, valores mais negativos indicam maior luminosidade. Assim, mesmo separados no céu, os dois objetos se destacam sobre a constelação de Gêmeos, criando um contraste que chama a atenção até de observadores pouco experientes.

Além disso, dezembro reserva mais encontros do tipo: o satélite passará perto de Mercúrio e Saturno ao longo do mês, evidenciando seu trajeto pelo plano da eclíptica, que facilita sucessivas aproximações com diferentes planetas.
A surpreendente ferrugem lunar e o papel da Terra
Um estudo publicado na Geophysical Research Letters, liderado por Shuai Li, acrescenta um elemento curioso ao noticiário espacial: a Lua está apresentando sinais de hematita, um tipo de ferrugem. Isso ocorre porque, em determinados momentos, a Terra envia ao espaço um fluxo de partículas atmosféricas capazes de provocar reações químicas na superfície lunar. Entre os agentes envolvidos estão:
- Hidrogênio;
- Oxigênio;
- Nitrogênio.
Esses elementos podem transformar minerais da Lua em hematita. Experimentos laboratoriais já demonstram essa possibilidade, e futuras missões de coleta podem confirmar definitivamente a influência terrestre sobre o fenômeno.
Para completar o pacote de curiosidades do mês, Júpiter permanece em movimento retrógrado desde novembro. Na prática, isso significa que, por alguns meses, o planeta parece deslocar-se para o oeste, contrariando seu trajeto usual. O deslocamento normal só será retomado em março de 2026, oferecendo aos astrônomos uma oportunidade de acompanhar essa mudança aparente causada pela relação entre as órbitas planetárias.

