As mudanças climáticas estão no centro dos debates globais, mas também são alvo constante de desinformação. Nesse cenário, uma novidade lançada durante a COP30, em Belém (PA), vem chamando atenção: o Macaozinho, uma inteligência artificial especializada em temas climáticos, criada para facilitar o acesso a dados científicos. Inspirado nas araras brasileiras, o chatbot é multilíngue e já está disponível em mais de 50 idiomas.
A ferramenta foi treinada com documentos oficiais da ONU, incluindo relatórios da UNFCCC e do IPCC, reconhecidos por embasar políticas globais sobre o clima. O objetivo é oferecer informação confiável, acessível e tecnicamente precisa para qualquer pessoa, desde o público leigo até negociadores internacionais. Entre suas principais funções estão:
- Traduzir e explicar termos técnicos sobre o clima, como NDCs e mercados de carbono;
- Auxiliar delegações em conferências a consultar textos, cruzar dados e recuperar precedentes;
- Capacitar organizações e governos em conceitos científicos e jurídicos ligados ao aquecimento global;
- Fornecer análises rápidas de documentos complexos e relatórios oficiais;
- Apoiar o combate à desinformação, ao identificar e corrigir conteúdos falsos.
Uma aliada no combate à desinformação climática

De acordo com estudos recentes do Observatory for Information Integrity (OII), o volume de conteúdos enganosos sobre eventos climáticos cresceu de forma preocupante, especialmente em redes sociais e aplicativos de mensagens. Esse cenário torna ferramentas como o Macaozinho ainda mais relevantes, pois ajudam a restaurar a confiança na ciência e ampliar o entendimento público sobre o tema.
A desinformação climática tem sido usada por setores econômicos interessados em desacreditar acordos internacionais e atrasar a transição energética. Organizações como a Climate Action Against Disinformation (CAAD) já demonstraram que grandes empresas de combustíveis fósseis financiam campanhas online com mensagens enganosas sobre o aquecimento global. O resultado é uma população confusa, vulnerável a teorias da conspiração e menos engajada nas soluções sustentáveis.
Educação climática como ferramenta de mudança
O Macaozinho também cumpre um papel educativo. Ao traduzir termos técnicos e contextualizar políticas climáticas, a IA ajuda a democratizar o conhecimento sobre as metas de redução de emissões, transição energética e preservação ambiental. Além disso, reforça o protagonismo do Brasil em iniciativas que unem tecnologia, ciência e sustentabilidade.
Com atualização de dados até novembro de 2025, o chatbot promete acompanhar as próximas fases das negociações climáticas globais e servir de ponte entre a ciência e a sociedade. Ao transformar linguagem técnica em informação acessível, o Macaozinho mostra que a tecnologia pode ser uma grande aliada na luta contra a crise climática.

