Impactos do desmatamento na Amazônia brasileira para o meio ambiente

Impactos do desmatamento na Amazônia

A maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, continua enfrentando sérias ameaças. De acordo com dados do Prodes/Inpe, entre agosto de 2022 e julho de 2023, o desmatamento atingiu 9.001 km², uma área que corresponde a cerca de 7,5 vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro. Embora a taxa tenha caído 22,3% em relação ao ano anterior, os números ainda são preocupantes.

Essa redução é reflexo de mudanças recentes na política ambiental brasileira, com retomada da fiscalização e reforço de programas de proteção. Porém, como alerta Rômulo Batista, do Greenpeace, os desafios continuam. A meta climática do Brasil, que é reduzir as emissões em 48% até 2025, continua distante. O desmatamento ainda compromete o equilíbrio do planeta.

As raízes do problema

A expansão agropecuária, a mineração ilegal, a extração predatória de madeira e a grilagem de terras são os principais vetores da destruição. A grilagem, por exemplo, incentiva a ocupação ilegal de áreas públicas, incluindo terras indígenas, colocando em risco comunidades tradicionais. Já o garimpo ilegal, além de devastar a floresta, contamina os rios e destrói habitats inteiros.

Outro fator preocupante é a impunidade. Entre 2019 e 2020, apenas 1,3% dos alertas de desmatamento foram fiscalizados pelo Ibama. Casos como o “Dia do Fogo”, em 2019, mostram como a fiscalização ainda é frágil. Na ocasião, apenas 5% das propriedades responsáveis por queimadas foram autuadas.

Consequências ambientais, sociais e econômicas

Os impactos vão além da perda de biodiversidade. O desmatamento é a principal fonte de emissão de gases do efeito estufa no Brasil, agrava a crise climática e favorece o surgimento de doenças zoonóticas. Além disso, os prejuízos econômicos decorrentes dessa destruição, segundo o Banco Mundial, são bilionários.

Um futuro sustentável é possível

É preciso fortalecer a governança ambiental, punir crimes com rigor, ampliar áreas protegidas e promover uma economia compatível com a floresta em pé. A Amazônia pode ser um motor de desenvolvimento sustentável, desde que respeitada, protegida e valorizada.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.

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