IA revoluciona diagnóstico de demência com mapas digitais do cérebro

Estudo científico sobre a doença de Alzheimer realizado em ambiente hospitalar, com imagem ilustrativa.
Estudo científico sobre a doença de Alzheimer realizado em ambiente hospitalar, com imagem ilustrativa. (Foto: Getty Images / Canva Pro)

O diagnóstico de doenças neurodegenerativas continua sendo um dos maiores desafios da medicina, já que sintomas semelhantes dificultam a diferenciação entre os diversos tipos de demência. 

Uma pesquisa conduzida pela Mayo Clinic, nos Estados Unidos, apresentou um avanço significativo ao desenvolver o StateViewer, uma tecnologia de inteligência artificial (IA) capaz de identificar nove formas distintas de demência com 88% de precisão.

Como foi feito o estudo

Imagens de tomografia computadorizada (TC) colorida exibindo um corte axial da cabeça de um paciente de 74 anos diagnosticado com Alzheimer.
Imagens de tomografia computadorizada (TC) colorida exibindo um corte axial da cabeça de um paciente de 74 anos diagnosticado com Alzheimer. (Foto: Photo Library / Canva Pro)

O trabalho, publicado na revista Neurology, avaliou 3.671 exames FDG-PET de homens e mulheres com média de idade de 68 anos. Parte dos participantes não apresentava alterações cognitivas, enquanto outros já conviviam com quadros mais graves.

A IA comparou os exames com um banco de dados de mais de 3.600 imagens cerebrais, reconhecendo padrões típicos de doenças como Alzheimer, demência por corpos de Lewy e demência frontotemporal.

Um dos diferenciais da tecnologia é a geração de mapas digitais coloridos que destacam as áreas do cérebro comprometidas, facilitando a análise mesmo para médicos que não são especialistas. Além disso, os exames puderam ser interpretados quase duas vezes mais rápido em comparação ao método tradicional.

Impacto do avanço

Detectar a demência ainda em fase inicial é essencial para que os tratamentos ofereçam melhores resultados. O StateViewer representa um passo importante nesse sentido, já que permite diagnósticos mais ágeis, precisos e acessíveis.

Entre os benefícios da ferramenta estão:

  • Maior confiabilidade no diagnóstico;
  • Redução do tempo de análise;
  • Apoio a profissionais generalistas, ampliando o alcance do exame;
  • Visualização clara de alterações cerebrais.

Perspectiva global

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 55 milhões de pessoas vivem atualmente com algum tipo de demência, e a cada ano surgem 10 milhões de novos casos. Diante desse cenário, tecnologias baseadas em inteligência artificial têm potencial para transformar a forma como os diagnósticos são feitos, oferecendo mais qualidade de vida a pacientes e familiares.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.

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