O espaço muitas vezes oferece espetáculos surpreendentes, e o cometa C/2025 K1 (ATLAS) provou isso com uma despedida espetacular. Recentemente, astrônomos capturaram imagens impressionantes mostrando o cometa se fragmentando após sua explosão repentina. Descoberto em maio na Nuvem de Oort, além da órbita de Netuno, o C/2025 K1 alcançou seu periélio em 8 de outubro, aproximando-se a cerca de 50 milhões de quilômetros do Sol.
Apesar de inicialmente passar despercebido, o cometa ganhou atenção em novembro, quando desenvolveu um brilho dourado raro em sua coma e cauda, resultado de uma incomum ausência de moléculas de carbono em seu núcleo. Entre os principais destaques dessa desintegração estão:
- Divisão em múltiplos fragmentos, observada por astrônomos e astrofotógrafos;
- Timelapses reveladores, mostrando a separação gradual das partes do cometa;
- Picos de brilho, indicando alterações na composição e atividade do núcleo;
- Tonalidade dourada, extremamente rara entre cometas conhecidos;
- Visibilidade futura, permitindo observação da constelação de Leão com telescópios ou binóculos.
Fenômeno raro: cor e composição do cometa
O C/2025 K1 apresentou coloração dourada, uma característica incomum provocada pela escassez de moléculas como dicarbono, monóxido de carbono e cianeto. Apenas dois outros cometas catalogados demonstraram composição química tão distinta. Essa peculiaridade torna o cometa um alvo valioso para estudos astronômicos, oferecendo pistas sobre a formação de cometas originários da Nuvem de Oort.

Embora a explosão tenha reduzido as chances de observação direta durante sua maior aproximação à Terra, os fragmentos ainda permitem análises e acompanhamento detalhado da dinâmica de fragmentação cometária.
O legado do “outro ATLAS”
O C/2025 K1 não é o único cometa a receber o título ATLAS, designação de descobertas pelo Sistema de Alerta Final de Impacto Terrestre de Asteroides. Esse projeto monitora o céu desde 2015, revelando dezenas de cometas que, em alguns casos, já foram observados a partir da Estação Espacial Internacional (ISS).
O mais famoso deles, o 3I/ATLAS, é um cometa interestelar que atravessa nosso sistema solar, demonstrando como cometas podem fornecer informações sobre sistemas estelares distantes e até sobre a formação do próprio sistema solar. O C/2025 K1, embora distinto, acrescenta mais um capítulo à rica história desses objetos celestes monitorados pela tecnologia ATLAS.

Observação e próximos passos
Mesmo fragmentado, o cometa permanece visível na constelação de Leão. Combinando telescópios ou binóculos de qualidade, astrônomos amadores e profissionais podem acompanhar a dispersão de seus fragmentos e coletar dados sobre a evolução de cometas próximos ao Sol. Esse tipo de observação é essencial para compreender a dinâmica de fragmentação, o comportamento de núcleos com pouca presença de carbono e o impacto desses fenômenos no estudo de corpos menores do sistema solar.
O C/2025 K1 (ATLAS) nos lembra que, no universo, a destruição pode ser tão fascinante quanto a criação, e cada cometa oferece uma janela única para a história e composição do cosmos.

