Fóssil de réptil marinho de 7 metros é encontrado acidentalmente

Representação 3D de um ictiossauro. (Foto: Getty Images / Canva Pro)
Representação 3D de um ictiossauro. (Foto: Getty Images / Canva Pro)

Uma descoberta feita por acaso em uma área remota da Austrália pode transformar o entendimento sobre os répteis marinhos que dominaram os oceanos há milhões de anos. Um fóssil quase completo de ictiossauro, réptil marinho de cerca de 7 metros de comprimento, foi encontrado por uma moradora local e posteriormente escavado por pesquisadores. 

Estima-se que 90% do esqueleto original tenha sido recuperado, um feito inédito para a paleontologia australiana.

O exemplar, pertencente à espécie Platypterygius australis, foi doado ao Museu Era dos Dinossauros, onde será preparado para exposição ao público. O achado oferece uma oportunidade rara para estudar a estrutura corporal, o modo de vida e até os hábitos alimentares desse antigo predador dos mares.

Entenda quem foi o ictiossauro

Ilustração 3D de um ictiossauro. (Foto: Getty Images / Canva Pro)
Ilustração 3D de um ictiossauro. (Foto: Getty Images / Canva Pro)

Os ictiossauros habitaram os mares há cerca de 100 milhões de anos, durante o período Cretáceo. Apesar do nome sugerir semelhança com dinossauros, tratavam-se de répteis marinhos adaptados à vida aquática, com corpo hidrodinâmico e nadadeiras semelhantes às de golfinhos. Eles eram predadores rápidos e eficientes, capazes de caçar peixes e outros animais marinhos.

Entre as principais partes preservadas do fóssil estão:

  • Coluna vertebral completa,
  • Crânio e tronco quase intactos,
  • Nadadeiras dianteiras e traseiras bem conservadas,
  • Barbatana caudal parcial.

Esses elementos permitem aos cientistas reconstruir o corpo do animal com precisão e entender como evoluíram as proporções físicas e a locomoção ao longo da vida.

Por que a descoberta é tão importante

Diferente de outros fósseis fragmentados encontrados em Queensland, este esqueleto fornece uma visão quase completa do ictiossauro. Isso permite análises mais detalhadas sobre ecologia, comportamento e alimentação

Pesquisadores pretendem estudar o conteúdo estomacal fossilizado para identificar o que esses répteis consumiam e como interagiam com o ambiente marinho.Além disso, a descoberta reforça o potencial científico da região de Queensland, conhecida por abrigar camadas geológicas ricas em fósseis de criaturas que habitaram os antigos mares interiores da Austrália.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.

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