A escassez do Rivotril, medicamento amplamente utilizado no tratamento de ansiedade, crises epilépticas e distúrbios do sono, vem afetando milhares de pacientes em diversas regiões do Brasil. Essa situação resulta principalmente da transferência da produção para a Europa e de recolhimentos específicos de lotes, exigindo atenção contínua de profissionais de saúde e pacientes.
Alterações na produção e impactos na disponibilidade
O desabastecimento está relacionado à mudança da fabricação das gotas para a Itália e dos comprimidos sublinguais para a Espanha. Durante esse período de transição, é esperado que a disponibilidade do medicamento seja limitada, com previsão de regularização em 2025 para as gotas e início de 2026 para a versão sublingual.
Além disso, a falta de comunicação adequada à Anvisa sobre a mudança de local de produção pode gerar sanções à empresa responsável pelo registro no Brasil, reforçando a importância do acompanhamento regulatório para garantir a distribuição adequada.
Recall e medidas de segurança
Um lote específico da solução oral do Rivotril foi recolhido voluntariamente devido à identificação de falha na eficácia. Pacientes que possuem este lote devem interromper temporariamente o uso e entrar em contato com a farmácia para orientação sobre substituição.

Essas medidas reforçam a necessidade de supervisão médica durante períodos de escassez, garantindo que não haja impactos significativos na saúde dos usuários.
Como o Rivotril atua no organismo
O Rivotril contém clonazepam, um benzodiazepínico que age reforçando a função do neurotransmissor GABA no sistema nervoso central. Esse mecanismo contribui para:
- Redução da ansiedade;
- Prevenção de crises epilépticas;
- Melhora da qualidade do sono.
No entanto, o uso prolongado requer acompanhamento médico rigoroso, pois pode haver alterações cognitivas e necessidade de ajustes graduais na medicação.
Cuidados e alternativas durante a escassez
Enquanto o estoque não se normaliza, a interrupção do medicamento deve ser gradual para evitar desequilíbrios na saúde mental. Recomenda-se:
- Monitorar sinais de ansiedade ou insônia intensificada;
- Consultar o médico antes de qualquer alteração na medicação;
- Evitar o consumo de álcool ou outros sedativos.
O Brasil responde por cerca de 75% do consumo mundial de clonazepam, reforçando a necessidade de medidas responsáveis e acompanhamento clínico seguro durante o período de escassez.