Evite surpresas: certos remédios podem reduzir a eficácia da pílula anticoncepcional

Alguns medicamentos podem reduzir a eficácia da pílula. (Foto: Pexels via Canva)
Alguns medicamentos podem reduzir a eficácia da pílula. (Foto: Pexels via Canva)

Muitas mulheres desconhecem que diversos medicamentos podem comprometer a eficácia dos anticoncepcionais hormonais, como a pílula, o anel vaginal ou o adesivo. 

O impacto ocorre quando o metabolismo dos hormônios, responsáveis pela prevenção da gravidez, é alterado pelo uso de determinados remédios. Compreender esses mecanismos é essencial para evitar surpresas indesejadas.

Antibióticos que podem interferir na pílula

Antibióticos podem comprometer a proteção da pílula. (Foto: Nadia NB via Canva)
Antibióticos podem comprometer a proteção da pílula. (Foto: Nadia NB via Canva)

Alguns antibióticos afetam a proteção contraceptiva por alterarem a microbiota intestinal ou acelerarem o metabolismo hepático. Antibióticos comuns, como amoxicilina e azitromicina, apresentam baixo risco, enquanto a rifampicina, utilizada no tratamento de tuberculose e infecções graves, pode reduzir significativamente a eficácia do anticoncepcional.

Anticonvulsivantes e a redução da eficácia hormonal

Medicamentos utilizados no tratamento de epilepsia, como fenitoína, carbamazepina, topiramato e primidona, podem acelerar o metabolismo do estrogênio e da progesterona, diminuindo a proteção da pílula, do anel ou do adesivo hormonal.

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Antifúngicos sistêmicos que impactam a contracepção

Certos antifúngicos de uso sistêmico, como a griseofulvina, também têm potencial para interferir nos hormônios contraceptivos, tornando necessária atenção durante o uso concomitante.

Antirretrovirais que podem reduzir a proteção

Alguns medicamentos para HIV, especialmente os inibidores de protease, podem afetar o metabolismo hormonal e reduzir a eficácia dos anticoncepcionais hormonais.

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Fitoterápicos que interferem na ação da pílula

Suplementos e fitoterápicos, como o extrato de erva-de-são-joão (Hypericum perforatum), usado para depressão leve, podem acelerar a eliminação de hormônios, diminuindo a proteção contraceptiva.

Como manter a proteção

É essencial consultar um médico ou farmacêutico antes de iniciar qualquer medicamento enquanto se utiliza anticoncepcional. O uso de métodos de backup, como preservativos, durante o tratamento e por alguns dias após a interrupção do remédio ajuda a manter a proteção. Também é importante observar alterações no ciclo menstrual, como sangramentos fora do período esperado, que podem indicar interferência na contracepção.

O uso de antibióticos e outros medicamentos pode reduzir a eficácia dos anticoncepcionais hormonais, mas o risco varia conforme o tipo de medicamento e a sensibilidade individual. Informação, orientação médica e precauções extras são essenciais para prevenir falhas contraceptivas e garantir segurança no planejamento familiar.

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Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.

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