Estudo revela como o chá-verde age no metabolismo do fígado

Catequinas do chá-verde protegem e revitalizam o fígado. (Foto: Pixelshot via Canva)
Catequinas do chá-verde protegem e revitalizam o fígado. (Foto: Pixelshot via Canva)

Entre as bebidas naturais estudadas pela ciência, o chá-verde se destaca pela concentração elevada de catequinas, especialmente a EGCG, um composto bioativo que desempenha múltiplas funções no corpo. 

Muito além da fama de auxiliar no emagrecimento, ele tem sido investigado por seu impacto no metabolismo, na redução de gordura abdominal e, principalmente, na proteção do fígado, um fator crucial diante do aumento dos casos de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA).

A seguir, você entende como esse chá atua no organismo e por que pesquisas recentes reforçam seus benefícios.

Como o chá-verde estimula a queima de gordura

O chá-verde acelera processos internos relacionados ao gasto energético. Isso ocorre porque:

  • a EGCG aumenta a oxidação de gordura, tornando o corpo mais eficiente em utilizá-la como combustível;
  • a cafeína intensifica o metabolismo e prolonga esse efeito por várias horas;
  • o consumo regular melhora a resposta do organismo durante exercícios físicos, potencializando o gasto calórico.

Essa combinação ajuda não apenas na perda de peso, mas também na redução de gordura localizada no abdômen, um tipo de acúmulo associado ao risco cardiometabólico.

Ação direta no fígado: proteção, regeneração e menos gordura

Chá-verde acelera a queima calórica ao longo do dia. (Foto: Getty Images via Canva)
Chá-verde acelera a queima calórica ao longo do dia. (Foto: Getty Images via Canva)

O fígado é um dos órgãos mais beneficiados pelo consumo de chá-verde graças ao seu alto teor de antioxidantes. Esses compostos:

  • diminuem o estresse oxidativo causado por toxinas;
  • reduzem a inflamação hepática;
  • contribuem para a melhora de marcadores como ALT e AST;
  • ajudam a prevenir o avanço da esteatose hepática.

Além disso, pesquisadores têm observado que a EGCG pode interferir positivamente na forma como o fígado metaboliza gorduras, evitando sua deposição excessiva.

Evidência científica mais recente sobre os benefícios

Uma revisão sistemática recente conduzida por Ruike Yan et al., publicada na revista Biomedicines, intitulada “Effects of Epigallocatechin-3-Gallate (EGCG) Supplementation on Metabolic Health in Adults with Obesity and Non-Alcoholic Fatty Liver Disease: A Systematic Review”, avaliou os efeitos da suplementação de EGCG em adultos com obesidade e NAFLD.

Os autores observaram resultados consistentes, como:

  • redução da circunferência abdominal;
  • diminuição discreta de peso corporal;
  • melhora de marcadores hepáticos;
  • impacto favorável sobre a inflamação metabólica.

Essa revisão reforça o potencial terapêutico do chá-verde quando utilizado de forma regular e moderada.

A melhor forma de consumir o chá-verde

Para aproveitar seus componentes bioativos:

  • prefira 2 a 3 xícaras por dia, sem açúcar;
  • opte por folhas de boa qualidade ou matcha puro;
  • evite tomar junto às refeições principais, pois pode reduzir a absorção de ferro;
  • limite o uso à tarde e noite para não interferir no sono.

Embora seja uma bebida segura, indivíduos sensíveis à cafeína, gestantes, lactantes ou pessoas em tratamento médico específico devem buscar orientação profissional.

Integrando o chá-verde a um estilo de vida saudável

O chá-verde pode ser consumido quente, gelado ou incorporado a smoothies. Quando aliado a uma alimentação equilibrada e a uma rotina ativa, potencializa os resultados metabólicos e contribui para um fígado mais saudável.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.