O estresse faz parte da rotina moderna, mas quando deixa de ser pontual e passa a ser constante, ele se transforma em uma ameaça real ao organismo.
A ciência tem reforçado essa preocupação: um estudo publicado em março de 2025 na revista Neurology mostrou que mulheres jovens expostas a níveis elevados de estresse crônico tiveram até 78% mais risco de sofrer AVC isquêmico. O dado chama atenção para os danos silenciosos que se acumulam no corpo ao longo do tempo, e que muitas vezes são ignorados.
Como o estresse prolongado enfraquece o organismo
Quando o corpo permanece em estado de alerta por longos períodos, hormônios como cortisol e adrenalina passam a circular de forma contínua. Em vez de atuarem apenas em situações pontuais, eles começam a alterar o funcionamento de sistemas essenciais.
Com o passar das semanas, essa sobrecarga pode:
- elevar a pressão arterial
- acelerar os batimentos cardíacos
- estimular processos inflamatórios
- favorecer a formação de coágulos
- desgastar a saúde dos vasos sanguíneos
Esses fatores criam um cenário perigoso para o AVC, já que vasos fragilizados e circulação comprometida aumentam as chances de entupimentos ou rupturas. Além disso, o estresse contínuo mexe diretamente com o sistema nervoso, prejudicando a capacidade do corpo de manter estabilidade metabólica e cardiovascular.
Um ciclo que piora hábitos e amplia riscos

Os impactos do estresse não se restringem às reações físicas. Ele também influencia o comportamento e pode levar a escolhas que aumentam ainda mais o risco de derrame. Entre os hábitos mais comuns estão:
- sono insuficiente
- alimentação desregulada
- sedentarismo
- aumento do consumo de álcool
- interrupção de acompanhamentos médicos
Esse conjunto de fatores alimenta um ciclo nocivo: o estresse piora os hábitos, e os hábitos ruins intensificam o estresse.
Quem sente os efeitos com mais intensidade
Alguns grupos são mais vulneráveis às consequências do estresse crônico. Pessoas que enfrentam pressões emocionais constantes, cobranças excessivas, instabilidade financeira, longas jornadas de trabalho ou responsabilidades familiares acumuladas costumam sentir os impactos de forma mais intensa.
Aspectos emocionais também contam: ansiedade persistente, pessimismo, reatividade emocional e dificuldade em lidar com frustrações estão associados a um risco maior de problemas cardiovasculares e cerebrovasculares.
Estratégias práticas para reduzir o risco de AVC
Cuidar da mente é uma forma direta e eficaz de proteger o cérebro. Pequenas mudanças mantidas com consistência ajudam a controlar a resposta ao estresse e a fortalecer o organismo. Entre as medidas mais importantes estão:
- fazer pausas ao longo do dia
- manter uma rotina de atividade física
- priorizar um sono reparador
- buscar apoio psicológico quando necessário
- conversar com pessoas de confiança
- estabelecer limites e dizer não quando preciso
Essas ações contribuem para equilibrar os hormônios, reduzir inflamações e diminuir o risco de doenças graves, incluindo o AVC.
Mesmo sendo parte do cotidiano, o estresse não deve ser normalizado. Identificar seus sinais e adotar estratégias preventivas são atitudes essenciais para evitar danos maiores. Cuidar da saúde mental é uma decisão necessária para preservar o cérebro, o corpo e a qualidade de vida.

