Erupção solar poderosa atinge a Terra e derruba sinais de rádio

Erupção solar surpreende cientistas e muda previsões espaciais (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
Erupção solar surpreende cientistas e muda previsões espaciais (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

Uma erupção solar extremamente intensa surpreendeu pesquisadores ao causar interrupções momentâneas nas comunicações por rádio em regiões da Austrália e do sudeste asiático. O evento ocorreu quando uma onda de radiação liberada pelo Sol atingiu a atmosfera terrestre, afetando as camadas usadas para a propagação das ondas de rádio. O pico da atividade foi registrado no início de dezembro, evidenciando como fenômenos solares podem impactar tecnologias essenciais.

A explosão foi classificada como X1.9, uma das categorias mais altas na escala que mede a potência dessas erupções. Eventos desse tipo são capazes de produzir efeitos imediatos em sistemas críticos de navegação, comunicação e aviação. Principais pontos da erupção registrada:

  • Classificação X1.9, correspondente à classe mais energética de erupções;
  • Perturbação temporária em comunicações aeronáuticas, GPS e rádios de emergência;
  • Origem associada a uma região ativa do Sol com forte campo magnético;
  • Possibilidade de novas erupções nas próximas semanas.

Regiões solares ativas e o papel das manchas gigantes

A erupção está ligada a uma mancha solar numerada como AR 4295, área marcada por intensa atividade magnética. Manchas solares são regiões mais frias e escuras da superfície do Sol, mas paradoxalmente são fontes de grande instabilidade eletromagnética. Elas funcionam como gatilhos naturais para explosões abruptas de energia.

Tempestade solar intensa pode afetar comunicações na Terra (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
Tempestade solar intensa pode afetar comunicações na Terra (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

Além dela, outra formação chamou atenção: a gigantesca AR 4294, que possui um diâmetro cerca de dez vezes maior que o da Terra. Estruturas desse porte costumam gerar erupções de menor intensidade, como as de categoria M, que ainda assim podem interferir em sistemas satelitais e provocar auroras mais intensas.

Impactos tecnológicos e monitoramento contínuo

Embora a interrupção das comunicações tenha sido breve, o episódio reforça a vulnerabilidade dos sistemas terrestres a flutuações vindas do espaço. Quando a radiação solar interage com a ionosfera, ela altera temporariamente a capacidade dessa camada de refletir ou absorver sinais, prejudicando navegação aérea, operações marítimas e dispositivos de geolocalização.

Agências espaciais seguem monitorando as regiões ativas do Sol para prever novos episódios. Existe uma pequena probabilidade de novas erupções de classe X, mas o cenário mais esperado para as próximas semanas envolve eventos moderados, que ainda exigem atenção.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.