Efeito ‘vulva de Ozempic’: por que a perda de gordura pode causar flacidez íntima

Emagrecimento rápido pode afetar a região íntima. (Foto: Pixelshot via Canva)
Emagrecimento rápido pode afetar a região íntima. (Foto: Pixelshot via Canva)

O termo “vulva de Ozempic” vem ganhando destaque nas redes sociais ao descrever uma mudança corporal que algumas mulheres perceberam após emagrecimentos acelerados com o uso de semaglutida, princípio ativo do medicamento Ozempic. Embora o nome sugira um novo efeito colateral, o fenômeno é, na verdade, uma consequência natural da perda abrupta de gordura corporal, que também atinge a região íntima.

Durante o emagrecimento rápido, o corpo reduz de forma intensa a camada de tecido adiposo responsável por dar volume, sustentação e proteção à pele. Essa perda de gordura não acontece apenas no rosto ou no abdômen: ela também ocorre nos grandes lábios da vulva, resultando em flacidez, perda de volume e até desconforto físico.

Como a perda de gordura afeta a região íntima

Perda de gordura acelera a flacidez íntima feminina. (Foto: Nguyêns's Images via Canva)
Perda de gordura acelera a flacidez íntima feminina. (Foto: Nguyêns’s Images via Canva)

A vulva é formada por tecido adiposo, colágeno e fibras elásticas, estruturas essenciais para manter a firmeza e a hidratação local. Quando há uma perda de peso muito rápida, especialmente com medicamentos que reduzem o apetite e aceleram o metabolismo, o corpo não tem tempo suficiente para repor colágeno nem adaptar a sustentação dos tecidos.

Com isso, a região íntima pode apresentar:

  • Flacidez dos grandes lábios, deixando os pequenos lábios mais visíveis;
  • Sensação de ressecamento e atrito ao usar roupas apertadas;
  • Desconforto físico durante o contato íntimo;
  • Alteração estética, com aparência mais murcha ou envelhecida.

Essas mudanças não indicam um problema de saúde grave, mas podem afetar o bem-estar e a autoestima de quem passa por elas.

O papel dos hormônios e do colágeno

Além da perda de gordura, o equilíbrio hormonal também influencia diretamente a saúde da vulva. Em mulheres que já estão na transição para a menopausa, por exemplo, a produção de estrogênio tende a cair, o que reduz a elasticidade, a lubrificação e a firmeza dos tecidos.

Somado à redução de colágeno provocada pelo emagrecimento, o resultado é uma região mais seca, sensível e flácida. Esse conjunto de fatores explica por que o “efeito vulva de Ozempic” tem se tornado um tema de debate entre médicas e pacientes que buscam resultados rápidos com a perda de peso.

Como prevenir e reverter o problema

A melhor forma de evitar esse tipo de alteração é optar por um emagrecimento gradual e supervisionado. Isso permite que o corpo se adapte e mantenha o equilíbrio entre massa magra, colágeno e hidratação.

Entre as principais medidas de cuidado estão:

  • Manter alimentação rica em proteínas, vitaminas A, C e E;
  • Hidratar-se bem, favorecendo a elasticidade da pele;
  • Praticar exercícios físicos regulares, inclusive os de assoalho pélvico;
  • Avaliar tratamentos regenerativos, como laser íntimo, radiofrequência e bioestimuladores de colágeno;
  • Em alguns casos, recorrer ao preenchimento com ácido hialurônico, que devolve volume e hidratação à área.

Essas abordagens ajudam a restaurar a sustentação natural e melhorar o conforto íntimo, trazendo de volta a confiança e o bem-estar da mulher.

Cuidado e equilíbrio são essenciais

O emagrecimento saudável não deve ser apenas uma corrida contra a balança. Quando feito de forma equilibrada, ele respeita o tempo do corpo e evita impactos indesejados, como o efeito vulva de Ozempic.

Com acompanhamento médico adequado e reposição nutricional, é possível alcançar o peso ideal sem comprometer a saúde íntima, a estética e a qualidade de vida.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.

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