Em vez de extrair da natureza, uma empresa brasileira decidiu devolver vida à floresta e ganhou reconhecimento mundial por isso. A re.green, criada em 2021, recebeu o Earthshot Prize 2025, premiação internacional liderada pelo príncipe William, que valoriza soluções climáticas inovadoras. O projeto combina inteligência artificial, drones e dados ecológicos para regenerar biomas ameaçados, como a Amazônia e a Mata Atlântica.
Com o uso de algoritmos capazes de mapear áreas degradadas e prever o potencial de recuperação de cada região, a empresa quer transformar tecnologia em floresta e planeja reflorestar 1 milhão de hectares até 2032. Entre as metas e resultados alcançados:
- Mais de 6 milhões de mudas já cultivadas e 65 milhões previstas para plantio;
- 34 mil hectares em restauração ativa, distribuídos entre quatro estados brasileiros;
- 22 parcerias institucionais com viveiros e centros de pesquisa;
- Captação estimada de 15 milhões de toneladas de CO₂ por ano;
- Presença simultânea na Amazônia e na Mata Atlântica, priorizando espécies nativas.
Inteligência artificial a serviço do verde
A estratégia da re.green se apoia em ferramentas de monitoramento ambiental de alta precisão. Imagens de satélite e drones coletam dados sobre o solo e a vegetação, enquanto algoritmos de IA analisam cada fragmento de floresta para definir as melhores estratégias de restauração.

Essa tecnologia permite estimar custos, prever a captação de carbono e escolher o modelo ideal de reflorestamento para cada tipo de terreno. A empresa adota duas frentes de atuação:
- Compra de terras degradadas com baixa produtividade pecuária para reflorestamento integral;
- Arrendamento e parceria com produtores rurais, que compartilham os lucros obtidos com a recuperação ambiental.
O objetivo é que a tecnologia acelere processos que levariam décadas, garantindo impacto ecológico e retorno econômico sustentável.
Florestas que se regeneram com precisão científica
Cada área reflorestada pela re.green recebe um plano ecológico específico, elaborado com base em espécies nativas e regionais. O processo é acompanhado por sensores e monitoramento remoto para verificar o crescimento das árvores, a diversidade de fauna e flora e a eficiência na captura de carbono.
Além de recuperar o solo e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o projeto fortalece os serviços ecossistêmicos, como a regulação do clima, a purificação da água e a proteção da biodiversidade.
A inovação ambiental brasileira se torna, assim, um modelo global de como a ciência de dados e a natureza podem atuar em sintonia.
Um modelo para o futuro sustentável
Mais do que reflorestar, a re.green está criando uma nova economia ambiental, em que cada árvore representa também valor social e climático. Com apoio de investidores e parcerias científicas, a empresa pretende expandir sua atuação para áreas públicas sob concessão, multiplicando o impacto positivo.
A conquista do Earthshot Prize 2025 reforça o protagonismo do Brasil na agenda verde global. E mostra que o futuro do planeta pode depender de iniciativas assim, em que inteligência artificial e floresta crescem juntas, transformando dados em vida.

