Um infarto pode deixar cicatrizes permanentes no coração, comprometendo sua capacidade de bombear sangue e levando a sequelas que duram por toda a vida. Agora, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um adesivo cardíaco inovador que promete mudar esse cenário.
Feito com um material biotecnológico avançado, o dispositivo é capaz de estimular a regeneração do tecido cardíaco, melhorar a circulação e até impedir a formação de novas cicatrizes após um ataque cardíaco. O resultado é uma abordagem mais moderna e menos invasiva para tratar uma das principais causas de morte no mundo.
Como funciona o adesivo do MIT

O novo adesivo é composto por um hidrogel flexível e biocompatível, que se adapta à superfície do coração sem causar irritações. Dentro dele, há micropartículas programadas para liberar medicamentos em etapas, conforme o órgão se recupera do infarto.
Nos experimentos laboratoriais, o sistema foi configurado para liberar três substâncias-chave:
- Neuregulina-1, que protege o músculo cardíaco logo após a lesão;
- VEGF, essencial na formação de novos vasos sanguíneos;
- GW788388, que impede o endurecimento do tecido cicatrizado.
Esses compostos, quando liberados de forma controlada, reduziram em até 50% as áreas danificadas e melhoraram em 30% o desempenho cardíaco em testes com animais.
Liberação precisa e biodegradável
O grande diferencial do adesivo está no seu sistema de liberação inteligente: ele identifica o momento ideal para liberar cada substância, atuando apenas onde e quando o corpo precisa. Dessa forma, o tratamento se torna mais eficaz e seguro, sem sobrecarregar o organismo.
Outro ponto positivo é que o material é biodegradável, ou seja, se dissolve naturalmente após cumprir sua função, sem necessidade de remoção cirúrgica.
Nova perspectiva para o tratamento cardíaco
Por ter o potencial de reverter danos causados por infartos, o adesivo do MIT representa um avanço histórico na medicina regenerativa. Os pesquisadores acreditam que, após aprovação em testes clínicos com humanos, o dispositivo poderá ser usado em cirurgias ou procedimentos minimamente invasivos, beneficiando milhões de pacientes em todo o mundo.
Mais do que tratar sintomas, essa tecnologia busca reconstruir o coração. É um marco que une engenharia biomédica, farmacologia de precisão e inovação tecnológica, e pode redefinir o que entendemos por recuperação cardíaca.

