Em 2024, o Brasil enfrentou um aumento expressivo nos casos de coqueluche, afetando principalmente crianças menores de 5 anos. Dados recentes apontam 2.152 casos confirmados, com 665 internações e 14 óbitos, números que superam o total registrado nos cinco anos anteriores.
A doença, causada pela bactéria Bordetella pertussis, é altamente contagiosa e pode levar a complicações graves em bebês e crianças pequenas.
O aumento da doença coincide com a retomada dos ciclos naturais da coqueluche após a pandemia, a ampliação da testagem e desafios na organização de serviços de saúde.
Apesar de mais de 90% dos bebês e 86% das gestantes estarem vacinados, a cobertura ainda não alcançou a meta ideal de 95%, tornando crianças mais velhas e adultos suscetíveis à transmissão da doença.
Quem está mais vulnerável

Estudos publicados na Revista Brasileira de Pediatria e na Memórias do Instituto Oswaldo Cruz indicam que:
– Mais da metade dos casos registrados em 2024 ocorreram em crianças menores de 1 ano;
– Bebês nessa faixa etária correspondem a mais de 80% das internações;
– Crianças sem vacinação completa ou com atraso na imunização estão em maior risco;
– Gestantes não imunizadas podem transmitir a doença aos recém-nascidos.
A coqueluche é altamente prevenível, desde que os protocolos de vacinação sejam seguidos rigorosamente. O esquema recomendado inclui três doses da vacina pentavalente aos 2, 4 e 6 meses, além da vacinação de gestantes com DTPa em todas as gestações.
Ciclicidade e cenário regional
A coqueluche apresenta um padrão cíclico, com períodos de aumento a cada dez anos aproximadamente. Após um pico histórico em 2015, os casos diminuíram até 2019, mas voltaram a crescer em 2024.
Este padrão não é exclusivo do Brasil: em toda a região das Américas, nove países notificaram mais de 18 mil casos e 128 mortes nos primeiros sete meses de 2025, segundo dados da Revista Panamericana de Salud Pública.
Como reduzir o impacto da doença
Para proteger os pequenos e reduzir o impacto da coqueluche, recomenda-se:
– Completar o calendário de vacinação infantil rigorosamente;
– Garantir imunização de gestantes em todas as gestações;
– Manter a vigilância epidemiológica e testagem precoce;
– Promover campanhas educativas sobre prevenção e sintomas da doença.
O aumento recente dos casos destaca a importância da conscientização da população e da manutenção das coberturas vacinais. Mesmo em contextos de melhor imunização, a coqueluche continua sendo uma ameaça real para crianças pequenas quando as metas de vacinação não são atingidas.