O planeta enfrenta uma aceleração sem precedentes da crise climática. Relatórios recentes de consórcios internacionais, incluindo a The Earth League e estudo publicado na revista BioScience, mostram que florestas, solos e oceanos estão cada vez menos capazes de absorver gases do efeito estufa, enquanto as temperaturas globais atingem recordes históricos. Essa situação evidencia um desequilíbrio energético da Terra, ampliando o risco de eventos climáticos extremos e impactos socioeconômicos graves.
Para facilitar a compreensão, o relatório resumiu os principais pontos em três frentes:
- Aceleração do aquecimento global: temperaturas recordes, perda de gelo e calor oceânico;
- Impactos já observados: ondas de calor, incêndios, secas, tempestades e elevação do nível do mar;
- Caminhos para mitigação: políticas públicas, energias renováveis e proteção de ecossistemas.
Por que a temperatura sobe tão rápido?

O aumento acelerado do calor global está ligado a múltiplos fatores, incluindo:
- Menor reflexão solar devido à redução da cobertura de gelo e nuvens;
- Fenômenos naturais, como El Niño, que apenas parcialmente explicam as anomalias;
- Emissões humanas persistentes, especialmente pela queima de combustíveis fósseis e desmatamento.
Em 2024, a temperatura média global superou 1,55°C acima dos níveis pré-industriais, e o calor nos oceanos atingiu 0,6°C acima da média histórica, afetando diretamente a absorção de CO₂ e agravando o aquecimento.
A intensidade e frequência de incêndios florestais, furacões, ondas de calor e inundações têm aumentado drasticamente. Entre os exemplos recentes, furacões recordes no Caribe destacam a vulnerabilidade crescente do planeta. Além disso, o declínio de biodiversidade e o deslocamento de espécies marinhas sinalizam que os impactos ecológicos e econômicos são severos e contínuos.
Medidas urgentes e caminhos estratégicos

O relatório enfatiza a necessidade de:
- Redução drástica das emissões de carbono para limitar o aquecimento a 1,5°C;
- Expansão de energias renováveis, como solar e eólica, capazes de suprir até 70% da eletricidade mundial até 2050;
- Proteção e restauração de ecossistemas, incluindo florestas, manguezais e zonas úmidas, removendo cerca de 10 gigatoneladas de CO₂ por ano;
- Ação coordenada e financiada, garantindo recursos para países vulneráveis e transição justa.
Além disso, minimizar desperdícios alimentares e aumentar o consumo de alimentos vegetais pode reduzir emissões e melhorar segurança alimentar e saúde global.
COP30: da promessa à ação
Com a COP30 se aproximando, especialistas apontam que é hora de transformar metas em ações concretas, definindo indicadores claros, financiamento adequado e adaptação centralizada nas políticas globais. Apenas com compromissos verificáveis e implementáveis será possível frear a trajetória acelerada de caos climático que ameaça governança, paz e sistemas de saúde.

