COP30 em Belém foca na redução de emissões e proteção ambiental

COP30 em Belém discute clima, Amazônia e metas globais de ação (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)
COP30 em Belém discute clima, Amazônia e metas globais de ação (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

A COP30, conferência climática das Nações Unidas, começou em Belém (PA) reunindo cerca de 50 mil participantes de quase 200 países, incluindo líderes políticos, cientistas, ativistas e empresários. Esta edição histórica, realizada pela primeira vez na Amazônia, busca transformar compromissos climáticos em ações concretas, com metas claras, prazos definidos e recursos financeiros destinados à mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

O evento chega em um contexto crítico: 2025 deve se consolidar como um dos anos mais quentes já registrados, reforçando a urgência em limitar o aquecimento global e proteger ecossistemas essenciais. A conferência será estruturada em torno de três grandes eixos de discussão:

  • Transição energética: substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis;
  • Adaptação climática: indicadores globais para medir avanços na resposta às mudanças climáticas;
  • Financiamento climático: definição de recursos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento;
  • Preservação da Amazônia: proteção do bioma essencial para o equilíbrio climático global;
  • Planos de desmatamento zero: metas para eliminar gradualmente impactos ambientais até 2030.

O papel estratégico da Amazônia na COP30

Conferência do clima reúne líderes para definir futuro do planeta (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
Conferência do clima reúne líderes para definir futuro do planeta (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

A escolha da Amazônia como sede ocorreu porque se trata de um bioma que desempenha papel crucial no equilíbrio climático e é um dos mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global. Assim, a COP30 permite uma abordagem direta sobre como preservar florestas tropicais enquanto se implementam soluções sustentáveis para o desenvolvimento regional.

Além disso, a conferência oferece oportunidade única de liderança climática brasileira, com iniciativas voltadas à preservação ambiental e ao estímulo de energia limpa. Projetos como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre e o Pacto Belém 4X ganham destaque no debate, sinalizando caminhos para um futuro mais sustentável.

Desafios globais e expectativas de resultados

As negociações enfrentam desafios complexos:

  • Garantir financiamento suficiente para países em desenvolvimento, considerando que as promessas anteriores ficaram abaixo do necessário;
  • Estabelecer metas claras e mensuráveis para redução de emissões de gases de efeito estufa;
  • Criar indicadores globais de adaptação climática, capazes de medir progresso real;
  • Implementar estratégias de transição energética eficiente, reduzindo dependência de petróleo, gás e carvão;
  • Avançar em planos de desmatamento zero e eliminação gradual de combustíveis fósseis até 2030.

Relatórios da ONU e do observatório europeu Copernicus indicam que, mesmo com os compromissos atuais, o mundo pode ultrapassar 1,5 °C de aquecimento ainda nesta década, aumentando a urgência por ações efetivas.

A edição de 2025 é chamada de “COP da Verdade” por enfatizar que promessas anteriores devem se converter em ações tangíveis. As tensões políticas internacionais também influenciam o cenário: a ausência de países como os Estados Unidos reforça a pressão sobre líderes de outras nações, incluindo o Brasil, para assumir papéis de liderança e coordenação global.

O sucesso da COP30 dependerá da capacidade dos países de dialogar, negociar e cumprir compromissos, garantindo financiamento adequado e implementando soluções práticas que conciliem desenvolvimento sustentável com preservação ambiental.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.