Cometa 3I/ATLAS libera hidrogênio em grande escala e surpreende NASA

MAVEN detecta hidrogênio no cometa interestelar 3I/ATLAS (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
MAVEN detecta hidrogênio no cometa interestelar 3I/ATLAS (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

A sonda MAVEN, em órbita de Marte, fez uma descoberta inédita: a detecção de hidrogênio no cometa interestelar 3I/ATLAS, que atravessa o Sistema Solar. Essa observação permite analisar a composição química do cometa e oferece pistas sobre sua origem interestelar, uma oportunidade rara para cientistas estudarem corpos vindos de fora do nosso sistema planetário.

O registro foi feito usando o Espectrógrafo de Imagem Ultravioleta (IUVS), que capturou a distribuição de hidrogênio ao redor do núcleo do cometa, separando-o de sinais provenientes de Marte e do espaço interplanetário. Esses dados ajudam a mapear a coma do cometa e entender como gases se dispersam em torno do núcleo. Principais descobertas do estudo da MAVEN sobre o 3I/ATLAS:

  • Isolamento da assinatura ultravioleta do hidrogênio liberado pelo cometa;
  • Medição da proporção entre hidrogênio comum e deutério, importante para rastrear origem;
  • Detecção de outros átomos e moléculas na coma, como hidroxila;
  • Imagens em diferentes comprimentos de onda permitiram análise detalhada da distribuição de gases;
  • Dados inéditos ajudam a comparar cometas interestelares e cometas do Sistema Solar.

Significado científico da descoberta

Composição ultravioleta revela hidrogênio de 3I/ATLAS, Marte e espaço interplanetário. (Imagem: NASA/Goddard/LASP/CU Boulder)
Composição ultravioleta revela hidrogênio de 3I/ATLAS, Marte e espaço interplanetário. (Imagem: NASA/Goddard/LASP/CU Boulder)

A detecção de hidrogênio no cometa 3I/ATLAS é crucial, pois fornece informações sobre a composição química de cometas formados fora do Sistema Solar, além de revelar a evolução dos gases ao redor dos núcleos cometários e os processos químicos que ocorrem em ambientes interestelares. Cada medição também permite reconstruir a trajetória e a história do cometa, oferecendo um retrato único de como esses objetos interestelares se formam e se deslocam entre as estrelas.

Esses dados não apenas ampliam o conhecimento sobre cometas interestelares, mas também fortalecem a compreensão de como elementos como hidrogênio e deutério se distribuem no espaço profundo, servindo como referência para futuras missões que estudem visitantes de outras regiões da galáxia. A NASA segue analisando as medições e trabalhando para aproveitar ao máximo os dados da MAVEN, que continuam fornecendo insights valiosos sobre química cósmica e formação de corpos celestes.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.