O cometa 3I/ATLAS chegou ao Sistema Solar trazendo uma assinatura química que intriga astrônomos. Diferente de qualquer cometa tradicional, ele exibe níquel atômico em sua composição e gases em proporções pouco comuns.
Esses sinais indicam que o objeto passou por processos químicos extremos durante sua longa jornada pelo espaço interestelar, oferecendo uma oportunidade única para estudar a química de corpos vindos de outros sistemas estelares.
Composição química fora do padrão
Cometas geralmente liberam gases e poeira ao se aproximarem do Sol, formando a coma e a cauda. No entanto, o 3I/ATLAS apresenta características pouco comuns:
- Dióxido de carbono (CO2) em proporção muito maior que a água;
- Monóxido de carbono e vapor d’água;
- Gelo e gases raros, como sulfeto de carbonila;
Essa predominância de CO2 sugere que o cometa passou milhões de anos exposto à radiação cósmica, criando uma camada de gelo que agora começa a evaporar com o calor solar.
O mistério do níquel atômico

Um dos achados mais impressionantes é a presença de níquel neutro, sem o ferro que normalmente o acompanha em cometas. Observações indicam que o cometa libera:
- 5 gramas de níquel por segundo
- 20 gramas de cianeto por segundo
A atividade aumenta à medida que ele se aproxima do Sol, possivelmente devido a moléculas instáveis como níquel tetracarbonil, que se quebram rapidamente liberando níquel atômico e monóxido de carbono.
Pistas sobre sua origem
A composição incomum do 3I/ATLAS sugere que ele se formou em condições diferentes das observadas no Sistema Solar, moldado por milhões de anos no espaço interestelar.
Apesar de hipóteses mais ousadas sugerirem origens tecnológicas, a explicação mais plausível permanece natural, resultado de processos químicos raros que ocorrem em ambientes extremos.
Observação e futuras descobertas
O cometa permanecerá visível até setembro, antes de se aproximar demais do Sol e dificultar novas análises. Espera-se que retorne à observação no final de novembro ou início de dezembro, permitindo novas oportunidades para investigar sua composição única e comportamento atípico.
Cada observação adiciona informações cruciais sobre a química interestelar e a evolução de objetos fora do Sistema Solar.