Comer amêndoas diariamente pode melhorar a saúde cerebral, aponta estudo

Amêndoas oferecem nutrientes que protegem o cérebro. (Foto: Photography via Canva)
Amêndoas oferecem nutrientes que protegem o cérebro. (Foto: Photography via Canva)

A busca por alimentos capazes de proteger o cérebro ganha cada vez mais espaço entre pesquisadores, especialmente diante do aumento global de casos de declínio cognitivo e doenças neurodegenerativas. Entre as opções mais promissoras, as amêndoas acabam de receber atenção especial após um estudo liderado por Laura Beaver, publicado na plataforma científica ScienceDirect.

A investigação avaliou como o consumo diário e contínuo dessa oleaginosa pode influenciar o metabolismo, a inflamação e o estresse oxidativo, fatores considerados centrais no processo de envelhecimento cerebral.

Evidências que chamam atenção

O estudo acompanhou adultos que passaram a consumir uma porção padronizada de amêndoas por algumas semanas. Antes e após o período de intervenção, foram analisados marcadores metabólicos, inflamatórios e antioxidantes, todos diretamente relacionados à saúde neurológica.

Os resultados mostraram efeitos positivos consistentes:

  • Redução dos marcadores de estresse oxidativo, um dos maiores responsáveis por danos às células cerebrais.
  • Melhora de indicadores metabólicos, especialmente lipídios, que influenciam o risco cardiovascular e, consequentemente, a saúde do cérebro.
  • Atenuação de processos inflamatórios, fenômeno associado ao declínio cognitivo ao longo da vida.

Esses benefícios reforçam a hipótese de que alimentos ricos em antioxidantes, como as amêndoas, podem desempenhar um papel preventivo importante.

Por que as amêndoas são tão poderosas para o cérebro?

Antioxidantes das amêndoas ajudam a preservar neurônios. (Foto: Getty Images via Canva)
Antioxidantes das amêndoas ajudam a preservar neurônios. (Foto: Getty Images via Canva)

As amêndoas reúnem uma combinação rara de nutrientes que atuam em mecanismos fundamentais da proteção neuronal. Entre os principais:

1. Altas concentrações de vitamina E

A vitamina E é um antioxidante crucial para a preservação das células nervosas. Níveis adequados estão associados à melhor manutenção da memória e à redução de danos relacionados ao envelhecimento.

2. Polifenóis com forte ação anti-inflamatória

Os polifenóis presentes nas amêndoas ajudam a reduzir inflamações crônicas, que podem comprometer a função cerebral com o passar dos anos.

3. Gorduras saudáveis que sustentam os neurônios

O cérebro é composto majoritariamente por lipídios. As amêndoas fornecem gorduras boas, essenciais para manter as membranas neuronais estáveis, funcionais e protegidas.

4. Fibras que estabilizam o metabolismo

Flutuações metabólicas e picos de glicose estão associados ao declínio cognitivo. A fibra das amêndoas contribui para um metabolismo mais equilibrado, favorecendo o ambiente neurológico.

Benefícios que podem proteger o cérebro ao longo da vida

O estudo de Laura Beaver, publicado na ScienceDirect, não avaliou diretamente desempenho cognitivo, mas identificou melhorias biológicas que sustentam o bom funcionamento cerebral. Entre os possíveis impactos de longo prazo:

  • Menor dano estrutural aos neurônios
  • Redução do envelhecimento precoce das células cerebrais
  • Ambiente metabólico mais estável
  • Menor exposição a processos inflamatórios e oxidativos

Esses efeitos, combinados, apontam para um cenário promissor em que o consumo regular de amêndoas se torna uma estratégia simples e eficaz de proteção cerebral.

Quantas amêndoas por dia?

A literatura científica, incluindo estudos citados pela plataforma ScienceDirect, costuma indicar cerca de 28 gramas por dia (um punhado). Essa quantidade fornece antioxidantes e gorduras boas suficientes para promover benefícios sem excesso calórico.

O estudo reforça que pequenas escolhas alimentares podem gerar efeitos significativos na saúde do cérebro. As amêndoas, ricas em nutrientes essenciais, representam uma alternativa prática, acessível e cientificamente embasada para quem busca estratégias de prevenção ao declínio cognitivo.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.