O Brasil intensifica esforços para conter o avanço da dengue, zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Com investimentos de R$ 184 milhões, o Ministério da Saúde busca ampliar ferramentas de prevenção e aplicar tecnologias modernas em cidades com maior risco de proliferação do mosquito.
Dados recentes mostram que 30% dos municípios brasileiros estão em situação de alerta para a propagação dessas doenças, com maior incidência nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Diante desse cenário, o país combina estratégias inovadoras de controle do vetor com a expectativa de lançar, em 2026, a primeira vacina brasileira contra dengue.
Estratégias inovadoras para reduzir o mosquito
O governo federal aposta em duas tecnologias principais para frear o avanço da dengue:
- Mosquitos com Wolbachia: A bactéria Wolbachia é introduzida em populações de Aedes aegypti, impedindo que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam. O resultado é uma população de mosquitos incapazes de transmitir doenças, com previsão de beneficiar 44 municípios em 2026, além de expandir as ações iniciadas em 2025.
- Estações Disseminadoras de Larvicida (EDL): As EDLs são armadilhas que atraem mosquitos fêmeas para depositar ovos, cobrindo-os com larvicida que é transportado a outros criadouros, eliminando as larvas. Em 2025, mais de 77 mil unidades foram distribuídas em 26 cidades. Para 2026, o objetivo é cobrir todos os municípios com mais de 50 mil habitantes.
Vacina nacional: avanço decisivo no combate à dengue

Além das tecnologias, a vacinação continua sendo a medida mais estratégica. Atualmente, crianças de 10 a 14 anos recebem um imunizante de duas doses, com mais de 7 milhões de aplicações registradas entre 2024 e 2025.
O grande destaque será a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, produzida em parceria com a farmacêutica WuXi Biologics. Após aprovação da Anvisa, espera-se que até 40 milhões de doses de dose única sejam disponibilizadas em 2026, contemplando indivíduos de 2 a 59 anos, conforme definição do comitê técnico de imunização.
Cenário atual da dengue no Brasil
Em 2024, o país registrou mais de 6,3 mil mortes e quase 6,6 milhões de casos de dengue, um recorde histórico. Em 2025, houve uma queda de aproximadamente 70% nos registros, mas ainda foram contabilizados 1,6 milhão de casos prováveis e 1.699 óbitos, reforçando a necessidade de ação contínua e planejamento estratégico.
O controle da dengue exige uma abordagem integrada, combinando tecnologia, imunização, educação em saúde e monitoramento epidemiológico. Somente com essa sinergia será possível reduzir de forma consistente a morbidade e mortalidade, garantindo mais segurança à população brasileira.

