Cientistas identificam fatores humanos que podem extinguir espécies marinhas

Megafauna marinha enfrenta riscos graves de pesca e mudanças climáticas. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)
Megafauna marinha enfrenta riscos graves de pesca e mudanças climáticas. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

A vida marinha enfrenta uma pressão sem precedentes devido a atividades humanas. Um novo estudo internacional, publicado na revista Conservation Biology, avaliou a vulnerabilidade de 256 espécies de megafauna marinha, incluindo baleias, tubarões, raias, peixes ósseos, tartarugas, aves marinhas, ursos polares, focas e sirênios. A pesquisa fornece informações essenciais para direcionar estratégias de conservação globais e mitigar riscos à biodiversidade.

O levantamento identificou 23 ameaças distintas, classificadas em quatro grandes categorias: mudanças climáticas, impactos costeiros, pesca e perturbações marítimas. A avaliação considerou intensidade, alcance e momento do impacto, permitindo priorizar ações de proteção de forma eficiente. Principais pontos do estudo:

  • Cerca de 40% das espécies analisadas são altamente vulneráveis a pelo menos uma ameaça;
  • Tartarugas e sirênios enfrentam riscos em todas as quatro categorias de ameaça;
  • Tubarões e raias são especialmente afetados por práticas de pesca;
  • Temperaturas extremas e poluição por plástico impactam a maioria das populações;
  • Equipamentos de pesca representam alta gravidade, podendo causar declínios populacionais acentuados.

Entendendo o impacto das ameaças humanas

Baleias, tubarões e tartarugas estão ameaçados por ações humanas. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)
Baleias, tubarões e tartarugas estão ameaçados por ações humanas. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O estudo detalha como diferentes ameaças afetam a vida marinha de formas variadas. Enquanto alguns fatores, como equipamentos de pesca, geram impactos diretos e intensos, outros, incluindo mudanças climáticas e plásticos, têm efeito mais amplo, atingindo numerosas populações sem necessariamente provocar declínios imediatos.

A análise permitiu aos pesquisadores criar uma pontuação de vulnerabilidade baseada no sistema da Lista Vermelha da UICN, fornecendo um panorama de risco evolutivo para cada espécie. Essa abordagem ajuda a priorizar esforços e recursos de conservação, considerando onde e como cada ameaça atua.

Espécies em alerta e a necessidade de ação coordenada

Estudo global revela os maiores perigos que afetam oceanos e espécies. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)
Estudo global revela os maiores perigos que afetam oceanos e espécies. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

Entre os grupos mais vulneráveis, tartarugas marinhas e sirênios aparecem em destaque, enfrentando múltiplas ameaças simultaneamente. Tubarões e raias, por outro lado, são mais sensíveis à pressão da pesca industrial, incluindo linhas de deriva e redes fixas.

Além disso, temperaturas extremas e poluição por plásticos apresentam alcance global, afetando populações mesmo distantes dos centros urbanos ou áreas de pesca intensiva. Esses dados reforçam que a proteção da megafauna marinha requer estratégias integradas, que considerem múltiplas ameaças de forma simultânea.

Caminhos para conservação efetiva

O estudo evidencia que ações isoladas não são suficientes para salvar espécies marinhas. Estratégias de conservação precisam ser coordenadas globalmente, mitigando impactos de pesca, poluição e mudanças climáticas de forma conjunta. A pesquisa fornece uma base sólida para políticas de preservação e gestão sustentável dos oceanos, promovendo a proteção de espécies icônicas da biodiversidade marinha.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.