Cientista de Harvard sugere que cometa 3I/ATLAS pode ser uma nave alienígena

Objeto interestelar gigante pode desafiar nossas leis da física (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
Objeto interestelar gigante pode desafiar nossas leis da física (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

Um cometa interestelar descoberto recentemente está chamando atenção da comunidade científica e intrigando astrônomos de todo o mundo. O 3I/ATLAS, analisado por especialistas de Harvard e outras instituições, apresenta tamanho e características incomuns, extremamente discrepantes em relação a visitantes anteriores do Sistema Solar. Alguns cientistas sugerem que a explicação para suas particularidades pode ir além de processos naturais, levantando até a hipótese de origem artificial.

Entre os destaques do 3I/ATLAS estão:

  • Massa estimada em mais de 50 bilhões de toneladas, surpreendendo especialistas;
  • Jatos incomuns que se comportam de maneira diferente dos cometas tradicionais;
  • Velocidade de deslocamento superior a qualquer corpo celeste previamente registrado;
  • Composição química que inclui gás hidroxila (OH), marcador indireto de água;
  • Trajetória complexa, sugerindo que pode não se comportar como um objeto natural.

Essa combinação de fatores torna o cometa um fenômeno sem precedentes, exigindo atenção de observatórios e missões espaciais.

Por que 3I/ATLAS é tão diferente de outros cometas

O tamanho extraordinário do 3I/ATLAS é pelo menos um milhão de vezes maior que o de cometas interestelares conhecidos, como o 1I/Oumuamua. Além disso, os jatos de material que emanam de sua superfície apresentam características que não se alinham com a física cometária convencional. Enquanto cometas comuns liberam gases e poeira devido à sublimação do gelo sob radiação solar, o 3I/ATLAS poderia utilizar propulsores tecnológicos, caso a hipótese de origem artificial seja verdadeira.

Cometa 3I/ATLAS intriga cientistas com tamanho e origem misteriosa (Imagem: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/Shadow the Scientist)
Cometa 3I/ATLAS intriga cientistas com tamanho e origem misteriosa (Imagem: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/Shadow the Scientist)

Essa possibilidade não apenas desafia modelos astronômicos tradicionais, mas também estimula discussões sobre tecnologias avançadas fora da Terra, incluindo propulsores iônicos que poderiam reduzir drasticamente a perda de massa durante a propulsão.

Observações científicas e monitoramento global

Entre 2 e 25 de novembro de 2025, o observatório espacial JUICE, da ESA, está programado para analisar o objeto utilizando instrumentos especializados. O Observatório Neil Gehrels Swift, da NASA, já detectou sinais de água através da presença de OH, reforçando a importância de estudar a química do cometa para compreender sua origem.

Especialistas destacam que o cometa representa um potencial evento de cisne negro, com implicações tanto para a ciência quanto para a vigilância espacial. Agências globais são encorajadas a desenvolver estratégias de monitoramento e análise caso novos dados indiquem sinais de origem artificial.

Implicações para a astronomia e futuras missões

A descoberta do 3I/ATLAS reforça a necessidade de explorar objetos interestelares com atenção redobrada. Cada característica incomum pode oferecer pistas sobre a formação de sistemas planetários além do nosso, além de testar os limites da física conhecida. Além disso, a hipótese de uma nave alienígena abre debates sobre tecnologia extraterrestre e a presença de civilizações avançadas em outros sistemas estelares.

O cometa 3I/ATLAS, portanto, representa uma oportunidade única de aprendizado e vigilância, sendo um lembrete de que o universo ainda guarda segredos surpreendentes, esperando para serem desvendados.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.